Soja fecha estável em Chicago nesta 5ª; prêmios positivos no BR e EUA indicam demanda aquecida

Publicado em 26/03/2015 15:58

Na expectativa pelos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no dia 31 de março, o mercado internacional da soja fechou a sessão desta quinta-feira (26) com ligeiras baixas na Bolsa de Chicago, registrando mais um dia de estabilidade. 

Entre os principais vencimentos, as perdas variaram entre 2,75 e 4,25 pontos, com o contrato maio/15, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,74 por bushel. E a semana, segundo explica o analista de mercado Vinícius Ito, da Jefferies Corretora, deve terminar sem muitas movimentações para as cotações da soja e do milho, justamente em função da espera pelos números do departamento agrícola norte-americano. 

Ito afirma ainda que, depois da chegada dos dados que trazem a intenção de plantio da safra 2015/16 nos EUA, o mercado deverá se voltar para o desenvolvimento do cilma nos país e o impacto das condições sobre as lavouras da nova temporada. O analista explica também que, nesse período, a sazonalidade do mercado é mais "amigável aos preços". 

"Nessa época, é difícil ver o mercado caindo muito porque ele fica observando essas variáveis de clima, de plantio e, em seguida, da taxa de produtividade que perdura durante todo o verão norte-americano. Há uma tendência mais firme para os preços agora, o mercado poderia superar os US$ 10,00 durante abril, mas tudo depende do clima", disse o analista da Jefferies, de Nova York. 

Demanda - A demanda é outro fator que segue sendo observado e ainda mostra bastante força no âmbito internacional, haja vistas os prêmios ainda elevados nos mercados brasileiro e norte-americano. Nos EUA, o embarque abril tem prêmios de 70 cents de dólar sobre o preço praticado em Chicago e, em Paranaguá, esse valor é de 43 cents. Para maio, o prêmio no terminal paranaense é de 42 cents de dólar. 

E como explicou Ito, a oferta brasileira nesse momento ainda é mais barata e, consequentemente, mais competitiva, o que tem atraído muitos compradores para o mercado nacional. Somente na última semana, os chineses teriam comprado mais de 2 milhões de toneladas de soja do Brasil e, nessa semana, os negócios também estão aquecidos. 

"A margem de esmagamento na China está positiva e isso incentiva muito a demanda. Os chineses voltaram do feriado do Ano Novo Lunar com certo apetite às compras e estão comprando mais do que o esperado, eles estavam um pouco atrasados com sua comercialização", explica o analista. 

Ainda assim, as vendas semanais norte-americanas, divulgadas nesta quinta-feira pelo USDA, apresentaram números consideráveis e maiores do que o registrados na semana anteriror. E esse quadro se associa ainda há um aquecido consumo de soja no mercado interno dos EUA, ainda de acordo com Vinícius Ito.

Na semana que terminou em 19 de março, os EUA venderam 726 mil toneladas de soja, sendo 505,8 mil toneladas da safra 2014/15 e 220,2 mil da safra 2015/16. Os números ficaram bem acima das expectativas do mercado de 250 mil toneladas. Assim, o total da safra atual já acumulado no ano comercial chegou a 48.481,6 milhões de toneladas, contra a projeção para as vendas totais, até 31 de agosto, é de 48,72 mil toneladas. No ano anterior, nesse mesmo período, o total era de 44.444,2 milhões. 

Mercado nos Portos - No Brasil, os preços não apresentaram um direção bem definida. O dólar fechou em queda frente ao real nesta quinta-feira, valendo R$ 3,19, com baixa de 0,34%. Assim, no porto de Rio Grande,a soja para maio/15 ncerrou os negócios valendo R$ 72,50 por saca, com baixa de 1,23%, enquanto o produto disponível ficou em R$ 71,20, caindo 0,84%. Em Santos, por outro lado, a cotação subiu 0,99% para R$ 71,50, enquanto em Paranaguá, o preço manteve os R$ 70,50, sem variação. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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