África do Sul deve plantar área recorde de soja frente ao crescimento da demanda
Produtores rurais da África do Sul estão plantando a maior área de soja da história da cultura no país, registrando um recorde nesse ano de 2015. A oleaginosa tem servido de substituta para o milho, que é o principal cultivo do país, frente ao crescimento da demanda pela commodity e por seus derivados.
Em relação à temporada anterior, a área deverá ter um crescimento de 23% para 620,300 mil hectares, enquanto a de milho deve apresentar um recuo de 1,2%, segundo números da base de Pretoria do Comitê de Estimativas de Safras.
Um dos mais importantes produtos utilizados pelos sul africanos é o farelo de soja que, em junho, registrou preços recordes, enquanto o milho branco caiu para os menores patamares de preços em três anos em julho passado. Em 2014, os preços locais da oleaginosa recuaram 13% e os do farelo perderam 8,4%. No entanto, o milho branco caiu 24% e o amarelo 20% no mesmo período.
"Há uma grande demanda por soja, mas nós não produzimos o suficiente para atendê-la. Nós precisamos de algumas outras cultivares para aumentar a produção", disse o economista sênior da corretora Grain South Africa, Wessel Lemmer, a maior representante dos produtores comerciais do país.
O ano comercial da soja na nação africana vai de março ao final de fevereiro. Na última temporada, a África do Sul utilizou 823,413 mil toneladas de soja nos dez meses até dezembro, excendendo as projeções em 8%, segundo informações do Serviço Nacional de Grãos do país. Desse total, 84% foi processado para a produção de óleo e farelo.
Capacidade de Processamento
"A capacidade de processamento de soja na África do Sul tem se expandido agressivamente nos últimos anos. Assim, por hectare, a soja dará um lucro muito maior para os produtores do que o milho", disse Brink van Wyk, da BVG Ltd, de Pretoria.
A Industrial Development Corp., uma instituição estatal da África do Sul, aprovou um fundo para contribuir para que processadores aumentem sua capacidade local de esmagamento e ajudou ainda na construção de uma planta de processamento com capacidade anual de 240 mil toneladas.
A África do Sul foi um importador líquido de farelo de soja na temporada 2013/14, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mas se tornará, provavelmente, um exportador nesta safra, aponta a instituição.
No ciclo que terminou em fevereiro de 2014, o país produziu 944,340 mil toneladas de soja e, na próxima temporada, a projeção é de que a produção aumente em cerca de 1 milhão de toneladas.
Tradução: Notícias Agrícolas
Por Carla Mendes
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Ronei Carvalho Itaboraí
Além de resultados negativos a curto prazo, a visão tacanha do Minist. das Rel. Ext. do Brasil, as declarações dos Bolsonaro e semelhantes, provoca o pior a médio e longo prazo: países da África, Rússia e outros recebem incentivos e garantias do governo chinês para produzirem soja e aumentar a oferta. Uma vez instalado o negócio, dificilmente as perdas no mercado internacional serão revertidas.