Com previsão de menos chuva para os EUA, soja volta a cair na CBOT
Depois de operar por dois pregões consecutivos em alta e subir o máximo em três semanas ontem, a soja voltou a exibir um ligeiro recuo em Chicago na manhã desta sexta-feira (4). Por volta das 8h (horário de Brasília), o vencimento novembro/13, referência para a safra americana, perdia 4,83 pontos, cotado a US$ 12,83 por bushel. Os demais contratos também perdiam pouco mais de 4 pontos. Ao mesmo tempo, o milho exibia pequenos ganhos, de menos de 2 pontos, e o trigo também operava do lado positivo da tabela.
A baixa dos preços é justificada, por analistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg, pela previsão de que as chuvas nos Estados Unidos deverão diminuir nos próximos dias, dando uma trégua para que os trabalhos de colheita sejam retomados.
Nos próximos 10 dias, de acordo com o instituto de meteorologia DTN, as precipitações ficarão próximas ou abaixo do normal e, nas regiões central e sul das planícies, deverá ficar seco de domingo a terça-feira. O local já recebeu cerca de 51 mm de chuvas até o sul do Nebraska.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Em Chicago, soja fecha o dia com altas de dois dígitos nesta 5ª feira
Pelo segundo pregão consecutivo, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia no campo positivo da tabela. A oleaginosa terminou os negócios com alta de dois dígitos, e o vencimento novembro/13, o mais negociado no momento e referência para a safra dos EUA, fechou valendo US$ 12,88/bushel, com ganhos de 14,50 pontos.
O mercado dá continuidade ao movimento de recuperação depois das últimas baixas, com recompras técnicas por parte dos fundos, investidores e especuladores. Porém, a questão climática volta ao foco dos negócios, agora sendo observada da maneira em que influencia nos trabalhos de colheita da nova temporada norte-americana.
Segundo Glauco Monte, analista de mercado da FCStone, há chuvas projetadas para o Meio-Oeste americano para esse final de semana, principalmente sexta-feira e sábado, as quais poderiam comprometer o bom andamento dos trabalhos de campo no país. Os estados que poderiam ser mais prejudicados são Iowa, Minnesota, Wisconsin e a Dakota do Sul. "Essa chuva poderia atrapalhar um pouco, retardando a entrada da safra de soja no mercado".
Porém, Monte afirma ainda que nos próximos dias o clima deve voltar a se firmar, com dias de sol, permitindo a volta das máquinas às lavouras, o que pode pressionar o preço e o que faz com que o movimento de alta que tem sido registrado não se configure como uma tendência.
Ao mesmo tempo, outro fator que estimula os ganhos para a oleaginosa no mercado internacional é a menor participação dos produtores americanos no mercado, depois das últimas baixas. "Essa semana os produtores reduziram bastante suas vendas nos EUA. As fábricas que estavam paradas, esperando pela entrada da soja nova para voltar a rodar, tiveram que forçar um pouquinho nas ofertas, porque o produção não estava com intenção de vender com os preços mais baixos e isso acabou refletindo também na bolsa, o que ajudou a segurar um pouco as cotações", disse o analista.
Monte destaca a incerteza do mercado internacional de grãos sobre a divulgação ou não de informações atualizadas sobre a safra norte-americana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Nesta quinta-feira, o órgão já não trouxe as informações sobre as exportações semanais e a grande dúvida ainda é sobre o boletim mensal de oferta e demanda que deveria ser reportado no dia 11 de outubro.
"É um relatório importante, que se discute o rendimento, a posição de demanda, todo mundo trabalha em cima desse relatório e ninguém sabe se vamos ter a divulgação nesse mês. E sem essas informações poderíamos ter um viés mais negativo ao mercado. Os fundos estão mais comprados e eles tendem a reduzir suas posições", disse o analista.
As expectativas para esse boletim, segundo Glauco Monte, não seriam de uma produtividade menor do que o esperado, mas sim de números ligeiramente maiores. "Eu acredito que não teremos problema com o rendimento. O tamanho da safra eu acho que é número que já, basicamente, temos definido, sem grandes alterações".
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