Em Brasília, índios protestam contra proposta que altera demarcação de terras
Mais de 20 índios kayapós, do sul do Pará, protestam há mais de uma hora, com danças e cantos, em frente à entrada principal da Câmara dos Deputados, contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que altera as regras para a demarcação de terras indígenas, de remanescentes de comunidades quilombolas e de reservas florestais. O texto foi aprovado no último dia 27, mesmo sob críticas de lideranças indígenas.
O grupo chegou em Brasília ontem (3) em dois ônibus. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que acompanha a manifestação, mais de 100 índios – no total - chegaram ontem e outros ônibus devem vir com índios do Mato Grosso nos próximos dias. Assessores do CIMI explicaram que o protesto se destina a mostrar o sentimento de “traição” com a aprovação da PEC sem que houvesse antes consenso entre todos os envolvidos.
A proposta foi aprovada por 21 votos a zero. O texto dá ao Congresso Nacional a palavra final sobre demarcações, proíbe ampliação de terras indígenas já demarcadas e prevê a indenização de proprietários inseridos nas áreas demarcadas, ainda que em faixa de fronteira. Para que as regras entrem em vigor, a PEC ainda precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado, em dois turnos de votação em cada Casa.
Índios kayapós protestam em frente a entrada principal da Câmara dos Deputados, contra a aprovação da PEC 215, que muda regras para demarcação de terras indígenas (Antonio Cruz/Agência Brasil):
0 comentário
Indígenas marcham em Brasília e bloqueiam vias contra marco temporal
Ministro da Justiça anuncia demarcação de 7 novos territórios indígenas no Estado de São Paulo
Em resposta aos conflitos no campo, FPA apresenta projeto para garantir segurança jurídica à população rural
FPA: Conflitos por invasões em Guaíra e Terra Roxa (PR) aumentam o risco de morte entre indígenas e produtores
Audiência sela acordo de conciliação que envolve demarcação de terras no Mato Grosso do Sul
FPA: Lucio Mosquini defende continuidade do debate de conciliação no STF sobre o Marco Temporal