Banco Mundial afirma que China vai crescer 9,5% em 2010
O Banco Mundial (BM) afirmou nesta quarta-feira que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China ficará por volta de 9,5% 2010, acima dos 8% fixados como objetivo pelo governo de Pequim.
Além disso, o BM estimou que não espera um aumento excessivo da inflação (entre 3,5 e 4%), mas um descenso dos investimentos estatais na economia chinesa e uma recuperação contínua das exportações, após a queda de 2009.
Os dados estão no relatório do BM sobre a China, apresentado hoje em Pequim pelo economista Louis Kuijs, autor do trabalho.
De acordo com o economista, vai haver uma mudança na estrutura do crescimento da terceira economia mundial, com maior participação do setor imobiliário no PIB e menor intervenção governamental.
Em seu relatório, o Banco Mundial se une às vozes que, sobretudo nos Estados Unidos, pedem que a China flexibilize a taxa de câmbio do iuane com relação ao dólar, que está praticamente fixa desde o início da crise financeira.
"A política monetária tem um papel fundamental na contenção dos riscos da inflação" e outros que a economia chinesa enfrenta, "e mais flexibilidade na taxa de câmbio ajudaria a esse respeito", destacou Kuijs no relatório.
A bolha imobiliária, com altas de preços de até 30% nos imóveis das grandes cidades chinesas, e o endividamento de muitos governos locais do país (que recorrem justamente a projetos imobiliários para se financiarem) são, segundo o BM, os dois principais focos de risco para a economia chinesa, "embora as incertezas sejam menores que em 2009", ressaltou.
O PIB da China cresceu 8,7% em 2009, apesar do desastre que a crise financeira global causou nas exportações (motor do crescimento chinês durante décadas), graças a um plano de estímulo estatal de meio trilhão de dólares para alavancar o consumo interno.
Em 2010, as medidas de estímulo diminuirão, para evitar o reaquecimento de certos setores, o que segundo o BM terá como resultado um retorno do papel importante das exportações na economia chinesa.
No entanto, a instituição internacional acredita que já existem as bases para que o modelo econômico chinês mude, e o país, em médio prazo, olhe mais para seu mercado interno e menos para o exterior.
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