Chineses estão comprando mais produtos do Brasil
Brasil e China fizeram uma tabelinha no ano passado no jogo do comércio mundial. Os chineses compraram no país toneladas de matérias-primas e os brasileiros receberam bilhões em divisas.
De janeiro a novembro, último dado divulgado, foram exportados US$ 6,3 bilhões de soja em grão e US$ 5,7 bilhões de minério de ferro.
Com a contribuição da soja brasileira, a China pôde alimentar os seus trabalhadores, e com o minério de ferro, alimentou os alto-fornos que fazem o aço de sua indústria de exportação.
Os chineses puderam chegar ao primeiro lugar nas exportações mundiais e o Brasil, com a ajuda dos dólares que vieram da China, conseguiu atravessar a crise financeira internacional sem grandes problemas em suas contas externas.
A China passou a ser o principal comprador de produtos brasileiros. Em 2008, estava em terceiro lugar e ultrapassou os Estados Unidos e a Argentina em 2009.
O Brasil perdeu exportações para a Argentina, perdeu para os Estados Unidos e, mesmo em tempos de crise, aumentou em 20% as vendas para a China.
O saldo comercial, diferença entre o que o Brasil exportou para a China e o que importou de lá, que era negativo em 2008, passou a ser positivo em 2009.
O problema é que o Brasil vende para a China matérias-primas e compra de lá produtos elétricos e eletrônicos, que empregam mais trabalhadores. E o pior, segundo a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), é que esses produtos chegam com preços artificialmente baixos.
“Eles prejudicam duas vezes o Brasil. Na importação do produto chinês para o Brasil concorrem aqui dentro com nosso produtor e de forma séria, cada vez mais grave. E tiram o mercado lá fora dos produtos brasileiros”, declarou o diretor da Fiesp Roberto Gianetti da Fonseca.
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