Taxas de juros do BCE podem cair para 2% até setembro, diz presidente do BC francês
FRANKFURT (Reuters) - Há espaço para reduzir ainda mais as taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) e a taxa de depósito de 2,5% pode cair para 2% até o final do verão, disse o presidente do banco central francês, François Villeroy de Galhau, a um jornal alemão.
O BCE cortou as taxas seis vezes desde junho passado, mas deu pouca orientação sobre seu próximo passo, mesmo que os formuladores de política monetária tendam a concordar que mais flexibilização ainda é provável, sendo que apenas o momento do próximo corte esteja em debate.
"Acredito que ainda há espaço para mais flexibilização. No entanto, o ritmo e a extensão permanecem em aberto", disse Villeroy, citado pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung nesta terça-feira.
"Visto hoje, os mercados esperam uma taxa de juros do BCE de cerca de 2% no verão", disse Villeroy. "É um cenário possível, considerando que o verão na Europa dura de junho a setembro."
O membro do conselho do BCE Piero Cipollone e o governador do banco central grego Yannis Stournaras defenderam a flexibilização da política monetária nos últimos dias, firmando as apostas do mercado para um corte de juros já em abril. Mas Gabriel Makhlouf da Irlanda e Peter Kazimir da Eslováquia adotaram uma postura mais cautelosa.
Os mercados veem chance de 65% de um corte em abril, mas uma mudança até junho já está totalmente precificada. Outro corte é esperado no final do ano, entre setembro e dezembro.
Novos cortes podem ser justificados pelo alívio das pressões sobre os preços, já que há uma tendência de desinflação. O crescimento dos preços está se aproximando da meta de 2% do BCE.
Outra consideração é que o recente aumento nos rendimentos dos títulos, particularmente na Alemanha, tornou as condições de financiamento mais rigorosas, desfazendo parte dos esforços anteriores do BCE para reduzir os custos dos empréstimos.
"Mantendo-se tudo o mais constante, esse aumento nos rendimentos de longo prazo significa um aperto nas condições financeiras, que temos que incorporar em nossa avaliação monetária", disse Villeroy.
Os custos dos empréstimos aumentaram depois que a Alemanha revelou planos para aumentar os gastos em defesa e infraestrutura, para preencher o vazio criado pela aparente saída dos EUA, particularmente da defesa da Ucrânia no conflito com a Rússia.
Esses gastos extras podem impulsionar o crescimento, mas também podem aumentar os preços, especialmente se forem financiados por novas dívidas.
Mas Villeroy pareceu minimizar o potencial impacto nos preços quando questionado se os gastos alimentariam a inflação.
"Não, não necessariamente, pois a demanda interna continua fraca na Europa", disse Villeroy.
(Reportagem de Balazs Koranyi)
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