Síria não pode importar trigo ou combustível devido a sanções dos EUA, diz ministro

Publicado em 06/01/2025 16:07 e atualizado em 06/01/2025 17:08

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Por Timour Azhari

DAMASCO (Reuters) - A Síria não consegue fazer acordos para importar combustível, trigo e produtos importantes devido às rigorosas sanções impostas pelos Estados Unidos, apesar de muitos países desejarem fazê-lo, disse o novo ministro do Comércio sírio.

Em uma entrevista à Reuters em seu escritório em Damasco, Maher Khalil al-Hasan disse que a nova administração governamental da Síria conseguiu juntar trigo e combustível suficientes para alguns meses, mas afirmou que o país corre o risco de passar por uma "catástrofe" se as sanções não forem congeladas ou suspensas em breve.

Hasan é membro do novo governo provisório criado pelo grupo rebelde islâmico Hayat Tahrir al-Sham, que lançou uma ofensiva relâmpago para derrubar o presidente autocrático Bashar al-Assad em 8 de dezembro, após 13 anos de guerra civil.

As sanções foram impostas durante o regime Assad, tendo como alvo seu governo e também instituições estatais, como o banco central.

A Rússia e o Irã, ambos grandes apoiadores do governo de Assad, forneciam anteriormente a maior parte do trigo e dos produtos petrolíferos da Síria, mas ambos pararam de fazê-lo após os rebeldes triunfarem e Assad fugir para Moscou.

Os EUA devem anunciar uma flexibilização das restrições ao fornecimento de auxílio humanitário e outros serviços básicos, como eletricidade, para a Síria, ao mesmo tempo em que mantêm seu rigoroso regime de sanções, disseram pessoas informadas sobre o assunto à Reuters nesta segunda-feira.

O impacto exato das medidas esperadas ainda está para ser visto.

A decisão do governo do presidente dos EUA, Joe Biden, que está prestes a deixar o cargo, tem como objetivo enviar um sinal de boa vontade para o povo sírio e seus novos governantes islâmicos, e abrir caminho para melhorar os serviços básicos e as condições de vida no país devastado pela guerra.

Ao mesmo tempo, as autoridades norte-americanas veem as sanções como um ponto-chave de barganha com um novo grupo governante que foi designado como uma entidade terrorista por Washington há vários anos, mas que, após romper com o grupo militante islâmico Al Qaeda, recentemente sinalizou uma abordagem mais moderada.

(Reportagem de Timour Azhari)

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Fonte:
Reuters

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