Dólar oscila abaixo de R$5,80 após Haddad dizer que medidas fiscais estão "adiantadas"
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilava abaixo dos 5,80 reais no fim da manhã desta segunda-feira após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que as medidas fiscais discutidas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão adiantadas e que terá uma reunião sobre o tema com o presidente ainda nesta segunda-feira.
Às 11h39, o dólar à vista caía 1,49%, a 5,7822 reais na venda, perto da mínima do dia, enquanto na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento cedia 1,43%, a 5,8080 reais na venda.
Após ter fechado a sexta-feira no maior valor desde 13 de maio de 2020, aos 5,8699 reais, desde cedo nesta segunda-feira a moeda norte-americana vem apresentando baixa firme ante o real, com investidores à espera dos desdobramentos das conversas em Brasília entre Haddad e Lula, na expectativa de que possam surgir novidades na área fiscal.
No domingo, o Ministério da Fazenda informou que Haddad havia cancelado a pedido do presidente viagem à Europa marcada para esta semana, para se dedicar “aos temas domésticos”.
O mercado espera que o governo anuncie o quanto antes medidas de contenção de despesas, como havia sido prometido pela equipe econômica para depois das eleições municipais.
O exterior contribuía para o movimento visto no Brasil, com o dólar em baixa ante praticamente todas as demais divisas e os rendimentos dos Treasuries em queda firme.
Às 11h36, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,24%, a 103,690.
Lá fora, o foco principal é a eleição presidencial norte-americana da terça-feira, com as campanhas do republicano Donald Trump e da democrata Kamala Harris buscando votos decisivos nos sete Estados que decidirão a disputa.
Mais cedo, o relatório Focus do BC mostrou que a mediana das projeções do mercado para o dólar no fim de 2024 passou de 5,45 para 5,50 reais. A projeção de inflação neste ano foi de 4,55% para 4,59% e para o próximo ano passou de 4,00% para 4,03% -- em ambos os casos acima do centro da meta de inflação, de 3%.
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