Para tentar aquecer economia, Banco Central da China reduz as taxas de juros em 25 pontos-base. O que isso significa?
Em meio a desafios econômicos domésticos, a China reduziu, na segunda-feira, 21, suas principais taxas de juros em 25 pontos-base. A LPR de 1 ano caiu para 3,1%, enquanto a LPR de 5 anos foi ajustada para 3,6%. Embora o afrouxamento monetário seja bem-visto, facilitando o acesso ao crédito, o maior desafio permanece sendo incentivar o consumo, especialmente no setor imobiliário, e melhorar o ambiente para investimentos, severamente afetados pela crise de confiança interna. A inflação no país permanece em níveis extremamente baixos, mantendo risco significativo de deflação, como observado em 2023 e no início de 2024, o que justifica a flexibilização da política monetária.
“De modo geral, os preços na economia refletem o sentimento dos consumidores. Com a demanda doméstica fraca, o crescimento do país tem sido sustentado pelas exportações, que continuam apresentando bom desempenho”, observa Victor Arduin, analista de macroeconomia e energia da Hedgepoint Global Markets.
Renminbi Chinês volta a se depreciar nas últimas semanas
No mês de outubro, a moeda da China acumula uma depreciação de 1,44%. A competitividade dos produtos do país depende de um câmbio mais barato, mas, com a perspectiva de um menor diferencial de juros entre os EUA e a China, a moeda chinesa vinha acumulando ganhos no segundo semestre de 2024, que agora começam a ser revertidos.
Os juros no país ainda estão em um patamar elevado, o que pode levar a mais cortes em 2025, na medida em que o Fed (Banco Central americano) também afrouxe sua política monetária. “Os estímulos fiscais e monetários aplicados na China podem ter um efeito expansionista na economia, mas será gradual. É importante monitorar os indicadores econômicos para mensurar quão efetivos eles serão”, avalia Felipe Schuckar, Head da mesa de FX na Hedgepoint Global Markets.
O que esperar para o futuro?
Para Arduin, se, por um lado, o menor custo do dinheiro pode oferecer suporte à economia, facilitando o gasto e o investimento, a China também precisa realmente transformar seus estímulos em demanda interna. Isso tem se mostrado desafiador diante do fraco sentimento do consumidor em um ambiente de inflação muito baixa.
“Apesar disso, é importante ressaltar que setores da economia continuam apresentando um bom desempenho, incluindo as exportações do país, que permanecem fortes. A crise imobiliária, com investimentos caindo mais de 11% em comparação com 2023, continuará sendo o maior limitante ao crescimento chinês, que poderá alcançar 5% este ano, mas enfrenta desafios significativos para 2025”, complementa Schuckar.
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