Ibovespa fecha em alta com investidor à espera de decisões de BCs; Azul dispara

Publicado em 13/09/2024 17:09 e atualizado em 13/09/2024 18:26

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, com agentes financeiros na expectativa das decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil na próxima semana, enquanto Azul disparou mais de 20% após a Reuters noticiar que a empresa está perto de acordo envolvendo dívidas com arrendadores de aviões.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,64%, para 134.881,95 pontos, acumulando um ganho de 0,23% na semana. Ao longo do dia, marcou 135.878,5 pontos na máxima e 134.030,64 pontos na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou 19,96 bilhões de reais.

Nos EUA, o Federal Reserve anuncia sua decisão na quarta-feira, às 15h (horário de Brasília), com o comunicado acompanhado por projeções e seguido por fala do chair, Jerome Powell, em meio a um mercado ainda relativamente dividido sobre o tamanho do corte na taxa, que está atualmente entre 5,25% e 5,50%.

No final da tarde, de acordo com a ferramenta FedWatch, da CME, os futuros dos Fed Funds embutiam uma chance de 51% de um corte de 0,25 ponto percentual e uma probabilidade de 47% de uma redução de 0,50 ponto. Na véspera, o percentual de 0,50 ponto era de 28%.

A mudança ocorreu após declarações do ex-presidente do Fed de Nova York Bill Dudley, que afirmou que há forte argumento a favor de um corte de 0,50 ponto na taxa de juros dos Estados Unidos.

Nesse contexto, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano mostraram alívio, apoiando também a queda nas taxas dos contratos de DI com vencimentos mais longos na B3 e apoiando papéis de empresas de setores cíclicos, sensíveis a juros.

Investidores na bolsa paulista também aguardam decisão do Banco Central do Brasil na quarta-feira, mas após o fechamento do mercado, com a maioria das apostas e expectativas sinalizando uma alta de 0,25 ponto na Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

"O mercado está em compasso de espera para a semana que vem", afirmou o gestor de renda variável César Mikail, da Western Asset, acrescentando que, além da decisão em si, as atenções estarão voltadas para os comunicados e, no caso do Fed, da fala de Powell, logo após o anúncio.

Na visão dele, a performance dos mercados acionários no Brasil e nos EUA nesta sessão refletiu a repercussão de falas que elevaram as apostas de um corte maior pelo Fed. Em Nova York, o S&P 500 fechou em alta de 0,54%.

DESTAQUES

- AZUL PN disparou 22,52%, após reportagem da Reuters citando fontes, que a companhia aérea está perto de um novo acordo com arrendadores de aviões, oferecendo ações para pagar cerca de 600 milhões de dólares em dívidas. De acordo com a matéria, o acordo prevê que os arrendadores obteriam uma participação acionária de cerca de 20% da Azul. A empresa não quis comentar sobre as negociações.

- CVC BRASIL ON saltou 14,29%, embalada pelo clima mais favorável na bolsa. Mais cedo na semana operadora e agência de viagens também anunciou acordo com debenturistas sobre os principais termos e condições de novo reperfilamento das debêntures de quarta e quinta emissões. Entre outros pontos, o acordo prevê amortização extraordinária obrigatória no montante de, aproximadamente, 160 milhões de reais a ser dividido de forma pro rata entre a quarta e a quinta emissão.

- EZTEC ON subiu 6,89%, favorecida pela queda nas taxas dos DIs, com o índice do setor imobiliário na B3 em alta de 2,34%. TRISUL ON, que não faz parte do Ibovespa, ganhou 5,19% tendo ainda no radar anúncio de programa de recompra de até 7 milhões de ações ordinárias, que representam 9,9% dos papéis em circulação.

- COGNA ON avançou 5%, acompanhada de perto pela rival YDUQS ON, com alta de 4,8%. Na véspera, analistas do Bank America elevaram a recomendação para as ações da Cogna a "neutra", citando tendências operacionais melhores e espaço de queda limitado para as ações, que ainda acumulam queda de cerca de 60% no acumulado do ano.

- VALE ON terminou em alta de 0,67%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, que mostraram um desempenho positivo no acumulado da semana. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com queda de 0,29%, mas ganhou 1,76% na semana.

- PETROBRAS PN cedeu 0,46%, conforme os preços do petróleo perderam força no exterior. O barril de Brent cedeu 0,5%, a 71,61 dólares. O diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da estatal, William França, também afirmou que a Petrobras está discutindo a possibilidade de construir uma instalação petroquímica no Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, inaugurado nesta sexta-feira.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,11%, mesmo sinal mostrando por BANCO DO BRASIL ON, que subiu 0,67% e SANTANDER BRASIL UNIT, que encerrou com acréscimo de 0,39%. BRADESCO PN fechou estável.

- ASSAÍ ON caiu 2,98%, seguida por CARREFOUR BRASIL ON, que recuou 2,67%, em dia negativo para o setor. GPA ON terminou com decréscimo de 0,33%, tendo ainda no radar desembolso de 101 milhões de reais para comprar debêntures da 1ª série da 18ª emissão da companhia no mercado secundário.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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Fonte:
Reuters

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