Ucrânia diz que atingiu pontes flutuantes na Rússia, Moscou relata ganhos
Por Tom Balmforth e Yuliia Dysa
KIEV (Reuters) - A Ucrânia disse nesta quarta-feira que está destruindo pontes flutuantes russas com armas fabricadas nos Estados Unidos para defender sua incursão na região russa de Kursk, enquanto Moscou afirma que suas forças interromperam o avanço de Kiev na região e ganharam terreno no leste da Ucrânia.
Kiev relatou uma série de sucessos no campo de batalha desde que cruzou inesperadamente para a região russa de Kursk, em 6 de agosto, mas Moscou tem avançado constantemente no leste da Ucrânia, pressionando as tropas desgastadas por dois anos e meio de combates.
Um vídeo publicado pelas forças especiais ucranianas mostrou ataques a várias passagens de pontes flutuantes na região de Kursk, onde, segundo a Rússia, a Ucrânia destruiu pelo menos três pontes sobre o rio Seym, na tentativa de manter o bolsão de terra capturada.
"Onde as pontes flutuantes russas 'desaparecem' na região de Kursk? Os operadores... as destroem com precisão", disseram as Forças de Operações Especiais da Ucrânia no aplicativo de mensagens Telegram.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, o avanço de Kiev na região de Kursk proporcionou ganhos territoriais maiores do que os obtidos por Moscou na Ucrânia este ano. A Rússia chamou o fato de uma escalada.
A Ucrânia rompeu a fronteira russa na região de Kursk em 6 de agosto, em uma tentativa de forçar Moscou a desviar tropas do resto do fronte, embora as forças russas tenham continuado a avançar nos últimos dias.
A Rússia tomou o vilarejo de Zhelanne, que fica menos de 20 km a leste do centro de transportes Pokrovsk, de acordo com o Ministério da Defesa russo. O Exército de Kiev não comentou diretamente sobre os avanços da Rússia perto de Pokrovsk, embora tenha relatado combates pesados nas proximidades.
Reportando-se a Moscou, o major-general Apti Alaudinov, comandante das forças especiais Akhmat, da Chechênia, e vice-chefe do departamento político-militar do Ministério da Defesa da Rússia, disse que as forças ucranianas haviam sido paradas na região de Kursk.
"Nós as detivemos e começamos a empurrá-las para trás", disse Alaudinov à televisão estatal Rossiya. Ele disse que as forças ucranianas estavam se reagrupando e poderiam lançar um novo ataque em breve, embora não tenha dado mais detalhes.
A Rússia tem dito repetidamente que a ofensiva ucraniana foi interrompida. A Ucrânia continuou divulgando avanços e afirma ter capturado 92 vilarejos em uma área de mais de 1.250 quilômetros quadrados.
A incursão deu um impulso moral muito necessário para os militares ucranianos, que não conseguem ganhos significativos em seu próprio solo desde o final de 2022.
Roman Kostenko, secretário do comitê de defesa nacional do Parlamento ucraniano, disse que a prioridade da Rússia continua sendo capturar a região de Donetsk, apesar da incursão, e que não estava retirando forças de perto de Pokrovsk para atuar como reforços.
"O inimigo de fato começou a transferir algumas tropas... Mas eles têm uma posição principal -- não retirar tropas da direção de Pokrovsk", disse ele segundo a Espreso TV.
(Reportagem de Tom Balmforth, Yuliia Dysa, Milan Pavicic)
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