Ibovespa amplia rali com apoio de exportadoras e Wall St
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, estendendo os ganhos para uma 11ª sessão consecutiva, favorecido pela alta nos pregões em Wall Street e avanço de exportadoras.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com alta de 0,33%, a 129.320,96 pontos, após chegar a 129.485,44 pontos no melhor momento e a 128.723,20 pontos na mínima do dia.
A sequência de 11 altas iguala a série de ganhos apurada entre o fim de 2017 e o início de 2018. Em 2024, contudo, o índice ainda acumula queda de mais de 3%.
O volume financeiro somou 15,3 bilhões de reais.
Em Nova York, os principais índices encerraram em alta, com maiores apostas em uma volta do republicano Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos aumentando as esperanças de um ambiente regulatório mais flexível, após o ex-presidente sobreviver a uma tentativa de assassinato no final de semana.
As expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve já em setembro também sustentaram os indicadores no azul. O chair do Fed, Jerome Powell, afirmou nesta segunda-feira que as três leituras de inflação norte-americana no segundo trimestre deste ano mostraram que "mais progresso" está sendo feito para trazer o ritmo de aumento de preços nos EUA de volta à meta do Fed.
Para Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos, a fala de Powell "impulsionou os ativos nos EUA e teve reflexos positivos também no mercado brasileiro", além de ter ajudado a "retirar um pouco da pressão inicial dos Treasuries". O retorno do título de 10 anos marcava 4,227% no final da tarde, de 4,1870% na véspera.
No Brasil, pesquisa Focus do Banco Central trouxe uma redução na expectativa para inflação este ano, mas as projeções para os preços ao fim de 2025 e para a taxa de câmbio no término de 2024 voltaram a subir.
DESTAQUES
- SUZANO ON valorizou-se 3,63%, com apoio da alta do dólar ante o real e após o anúncio, na sexta-feira, de sua entrada no mercado norte-americano de embalagens para consumo com a aquisição de duas fábricas nos Estados Unidos por 110 milhões de dólares. A companhia tende a se beneficiar da valorização do dólar devido à participação relevante de exportações em suas receitas, assim como outras exportadoras.
- VALE ON fechou com acréscimo de 0,11%, em sessão positiva para os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 1,03%, a 834 iuanes (114,83 dólares) a tonelada. A mineradora divulga na terça-feira relatório de produção e vendas do segundo trimestre.
- PETROBRAS PN subiu 0,92%, apesar de queda nos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent, usado como referência pela estatal, encerrando com recuo de 0,21%, a 84,85 dólares. A companhia divulgou nesta segunda-feira volume recorde de 990 mil metros cúbicos de produção de diesel S10 na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), no segundo trimestre deste ano.
- EMBRAER ON avançou 1,69%, acumulando alta de mais de 13% no mês. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar um financiamento do BNDES à Embraer até o fim desta semana.
- EZTEC ON subiu 3,84%, após apurar crescimento de 21,2% nas vendas líquidas do segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. No setor, MRV&CO ON avançou 2,59% e CYRELA ON fechou em alta de 1,43%. O índice do setor imobiliário na B3 ganhou 0,79%.
- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,39%, BANCO DO BRASIL ON teve acréscimo de 0,45%, BRADESCO PN caiu 0,24% e SANTANDER BRASIL UNIT recuou 0,25%.
- SABESP ON caiu 1,78%, no último dia do período para reserva das ações da companhia paulista de saneamento básico antes de sua privatização. A precificação está agendada para quinta-feira. EQUATORIAL ON, única a formalizar proposta pela Sabesp, encerrou com declínio de 1,23%.
- AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, afundou 10,14%. Na sexta-feira, a empresa informou que o acionista Inácio de Barros Melo Neto atingiu uma posição equivalente a 12,52% do total de ações ordinárias da varejista.
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