Dólar acompanha exterior e sobe ante real após atentado contra Trump

Publicado em 15/07/2024 17:09 e atualizado em 15/07/2024 17:53

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista fechou a segunda-feira em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes e exportadores de commodities no exterior, após o atentado contra o ex-presidente Donald Trump elevar as apostas de que ele vencerá as eleições nos EUA em novembro.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4448 reais na venda, em alta de 0,26%. Em julho, no entanto, a divisa acumula baixa de 2,61%.

Às 17h21, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,17%, a 5,4525 reais na venda.

Desde cedo os mercados globais repercutiam a tentativa de assassinato contra Trump no sábado, quando o republicano foi atingido de raspão na orelha direita por um disparo de arma de fogo.

Uma das avaliações no mercado era de que a vitória do republicano -- mais provável após o atentado -- significará afrouxamento da regulamentação de empresas e menos impostos. Isso impactou positivamente as ações em Nova York e deu força ao dólar ante moedas de emergentes e exportadores de commodities.

“O atentado ao presidenciável Donald Trump (Partido Republicado) foi o principal evento que refletiu a valorização do dólar diante de praticamente todas as moedas”, disse à tarde o economista André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, em comentário enviado a clientes.

“Já no Brasil o mercado ainda permanece reticente com relação ao fiscal, o que também contribui para a busca por ativos mais seguros (dólar)”, acrescentou.

Na renda fixa, a abertura firme das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta segunda-feira também foi atribuída ao atentado contra Trump e à cautela dos investidores em relação à capacidade do governo Lula de equilibrar as contas públicas.

No mercado de moedas, chamou atenção ainda a divulgação de dados abaixo do esperado da economia chinesa. O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,7% entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano anterior, abaixo da previsão de 5,1% em pesquisa da Reuters. Já as vendas no varejo cresceram 2,0% em junho ante o mesmo mês do ano anterior, abaixo da expectativa de alta de 3,3%. A China é um dos principais compradores de commodities no mundo.

Neste cenário, o dólar se manteve em alta ante divisas pares do real como o rand sul-africano, o peso mexicano e o peso chileno.

No Brasil, após registrar a cotação mínima de 5,4298 reais (-0,02%) às 9h00, o dólar à vista atingiu a máxima de 5,4778 reais (+0,87%) às 9h52.

No início da tarde, o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, falou em evento do Clube Econômico de Washington, D.C. Além de lamentar o atentado contra Trump no fim de semana, Powell disse que o compromisso do Fed é tomar decisões sobre juros com base em dados, e não na política.

Ele também disse que as três leituras de inflação dos EUA no segundo trimestre deste ano "aumentam um pouco a confiança" de que o ritmo de alta dos preços está voltando para a meta do Fed de forma sustentável.

O dólar chegou a se reaproximar da estabilidade no início da fala de Powell, mas posteriormente retomou a alta ante o real.

No fim da tarde, o dólar caía ante uma cesta de moedas fortes, enquanto seguia em alta ante as divisas de emergentes. Às 17h20, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,06%, a 104,230.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional em leilão para fins de rolagem do vencimento de 2 de setembro de 2024.

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Fonte:
Reuters

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