Ibovespa tem indefinição com exterior e Focus no radar
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa operava sem rumo definido nesta segunda-feira, após marcar dez altas seguidas, com agentes financeiros atentos aos desdobramentos no exterior após uma tentativa de assassinato contra o ex-presidente norte-americano Donald Trump no fim de semana e à expectativa de inflação menor no Brasil para 2024.
Por volta de 11h, o Ibovespa tinha variação positiva de 0,02%, a 128.923,26 pontos, podendo igualar a maior série de ganhos apurada entre o fim de 2017 e o início de 2018, quando avançou por 11 sessões seguidas. O volume financeiro somava 2,1 bilhões de reais.
"Os mercados globais estão absorvendo os acontecimentos do final de semana, principalmente o atentado contra Trump", afirmou o gestor e analista da Buena Vista Capital, Renato Nobile.
Os índices acionários em Nova York marcavam alta, com investidores avaliando as chances de Trump, candidato à Presidência dos Estados Unidos, conquistar um segundo mandato depois de sobreviver à tentativa de assassinato, além de expectativa contínua de corte de juros pelo Federal Reserve.
No cenário doméstico, o destaque foi para o resultado da pesquisa Focus do Banco Central divulgada mais cedo, que trouxe uma redução na expectativa para inflação este ano.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu para 4,00%, de 4,02% na semana anterior. Por outro lado, as projeções para os preços ao fim de 2025 e para a taxa de câmbio no término de 2024 voltaram a subir.
"O mercado começa a interpretar como uma possibilidade de que agora a gente começa a ter uma inclinação dessa inflação para baixo", disse o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos. "Por mais que a gente tenha uma alta de câmbio, o termômetro relacionado à inflação acaba contando muito."
DESTAQUES
- SUZANO ON valorizava-se 2,08%, em meio ao anúncio de sua entrada no mercado norte-americano de embalagens para consumo com a aquisição de duas fábricas nos Estados Unidos por 110 milhões de dólares e alta do dólar ante o real. As empresas preveem que a conclusão da operação ocorrerá até o fim do ano.
- EZTEC ON subia 2,03%, após apurar crescimento de 21,2% nas vendas líquidas do segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior. No setor, MRV&CO ON avançava 0,72% e CYRELA ON era negociada em baixa de 0,25%. O índice do setor imobiliário na B3 perdia 0,07%.
- VALE ON mostrava decréscimo de 0,52%, apesar de sessão positiva para os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com alta de 1,03%, a 834 iuanes (114,83 dólares) a tonelada. A mineradora divulga na terça-feira relatório de produção e vendas do segundo trimestre.
- PETROBRAS PN subia 0,94%, em meio à volatilidade nos preços do petróleo no exterior. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, registrava recuo de 0,53%.
- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,15%, BANCO DO BRASIL ON tinha decréscimo de 0,04%, BRADESCO PN mostrava variação negativa de 0,08% e SANTANDER BRASIL UNIT recuava 0,67%.
- AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, perdia 4,35%, tendo como pano de fundo comunicado de sexta-feira de que o acionista Inácio de Barros Melo Neto atingiu uma posição equivalente a 12,52% do total de ações ordinárias da varejista.
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