Atividade econômica avança 0,25% em maio apesar de enchetes no RS, aponta BC
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) -A atividade econômica brasileira registrou crescimento em maio mesmo com o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,25% em maio na comparação com o mês anterior, em dado dessazonalizado.
O BC ainda revisou para cima o dado de abril depois de ter apontado variação positiva de 0,01% antes. O BC passou a ver um desempenho bem melhor, com expansão de 0,26%, mostrando manutenção do ritmo nos dois primeiros meses do segundo trimestre.
No entanto, o resultado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,30%.
Os dados do BC mostram ainda que, na comparação com maio do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 1,30%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 1,66%, de acordo com números observados.
"Mais importante do que o número em si é a trajetória bastante boa porque teve revisão dos números passados, todos para números melhores do que antes. Então acho que é uma perspectiva bastante positiva para o crescimento no ano", disse a economista do BNP Paribas Laiz Carvalho, calculando uma expansão de 2,2% da economia este ano.
O PIB do Brasil começou bem o ano, voltando a crescer nos três primeiros meses, mas o segundo trimestre será marcado pelas fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul no final de abril e em maio.
No entanto, embora as inundações tenham afetado safras agrícolas, indústrias e a logística no Estado, resultados acima do esperado levaram analistas a avaliar que os impactos negativos foram menores que o esperado na atividade brasileira como um todo.
"Essa percepção (positiva) é reforçada quando consideramos as expectativas iniciais negativas após as enchentes no Rio Grande do Sul, que foram menores do que a maioria dos analistas estimava em maio", apontou Gabriel Couto, economista do Santander Brasil.
"Mas ainda vemos uma possibilidade de impactos defasados das enchentes em junho", disse ele, que calcula expansão do PIB em 2024 de 2%.
Em maio, a indústria no Brasil voltou a registrar queda da produção pelo segundo mês seguido, de 0,9% sobre abril. Esse resultado, no entanto, foi compensado pela alta inesperada das vendas no varejo de 1,2%.
Já o volume de serviços interrompeu dois meses seguidos de alta e registrou estabilidade em maio, embora o resultado tenha sido melhor do que o esperado.
Pesquisa Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa para a expansão do PIB este ano é de 2,11%, indo a 1,97% em 2025.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a produção.
(Edição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)
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