Apesar do Copom, dólar atinge maior valor em 2 anos com exterior e fala de Lula

Publicado em 20/06/2024 17:17

Logotipo Reuters

Por Fabricio de Castro

(Reuters) - Nem mesmo a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na véspera, que fez o dólar chegar a cair 1% no início do dia, evitou que a moeda norte-americana fechasse novamente em alta nesta quinta-feira, no maior patamar em quase dois anos, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a criticar o BC e com o avanço firme das cotações também no exterior.

O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4618 reais na venda, em alta de 0,39%. Esta é a maior cotação de fechamento desde 22 de julho de 2022 -- ainda no governo Bolsonaro -- quando encerrou a 5,4976 reais.

Às 17h23, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,77%, a 5,4635 reais na venda.

No início da sessão o dólar registrou uma queda firme ante o real, com o mercado aliviando parte das pressões recentes após a decisão unânime do Copom, de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, encerrando um ciclo de sete cortes consecutivos de juros.

Às 9h02, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,3879 reais (-0,97%).

“O mercado abriu bem positivo, refletindo a decisão do Copom de ontem (quarta-feira), que foi unânime, e tirando um pouco do risco de alta da Selic (à frente), que vinha sendo precificado”, comentou durante a tarde Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank. “Tanto é que os juros (futuros) curtos fecham mais que os longos. O câmbio foi na mesma linha, abrindo com a queda do dólar”, acrescentou.

Ao longo da manhã, no entanto, ficou claro que o alívio nas cotações seria limitado. Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que a alta da moeda norte-americana no exterior e as preocupações persistentes sobre o equilíbrio fiscal brasileiro seguravam a queda do dólar.

A moeda norte-americana virou para o positivo pouco depois das 12h, enquanto Lula dava entrevista a uma rádio do Ceará. Nela, ele voltou a questionar a autonomia do Banco Central e disse que a decisão de quarta-feira do Copom, interrompendo o ciclo de cortes da Selic, "foi uma pena" para o Brasil.

A virada do dólar para o positivo coincidiu com a desaceleração do Ibovespa, em especial entre as ações sensíveis à curva de juros brasileira, e com a redução da queda dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

Às 13h31, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,4698 reais (+0,53%). Depois, a moeda encerrou ainda na faixa dos 5,46 reais.

No exterior, o dólar também sustentava ganhos firmes ante uma cesta de moedas e em relação à maioria das demais divisas.

Às 17h22, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,41%, a 105,640.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Henrique Afonso Schmitt blumenau - SC

    Lula não quer governar! quer criar polêmicas para terceirizar a culpa por seus fracassos. Trabalhar, que é bom, isso é pra quem estudou!

    15
    • CARLO MELONI sao paulo - SP

      O PAIS ESTÁ NO CAMINHO PARA FICAR MAIS BURRO E MAIS POBRE

      17