Argentina reduz taxa de juros para 70%, citando desaceleração "pronunciada" da inflação
Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - O banco central da Argentina reduziu sua taxa de juros de referência em 10 pontos percentuais, para 70%, informou a autoridade monetária nesta quinta-feira, o terceiro ajuste desde que o presidente libertário Javier Milei assumiu o cargo em dezembro e teve como objetivo conter a inflação elevada.
O ajuste, em relação ao nível anterior de 80%, confirma uma reportagem da Reuters desta semana, que dizia que um corte na taxa era iminente, e ressalta a confiança do governo em reduzir a inflação, que está chegando a mais de 275% ao ano.
"Após a correção inicial dos preços relativos em dezembro de 2023, estamos observando uma desaceleração pronunciada da inflação, apesar do forte efeito estatístico tardio que a inflação carrega em suas médias mensais", disse o banco central em um comunicado.
O banco acrescentou que, desde que Milei assumiu o cargo, a base monetária foi reduzida substancialmente, o que ajuda a absorver a liquidez e a conter os aumentos de preços.
O país divulgará os dados da inflação de março na sexta-feira, que analistas estimam que fique em 12% para o mês e o governo disse que deve ficar perto de 10%. Isso representa uma queda em relação ao pico de mais de 25% registrado em dezembro, após uma forte desvalorização da moeda por Milei.
As políticas fiscais rígidas de Milei melhoraram o humor dos investidores na Argentina, impulsionando ações e títulos, embora os níveis de pobreza estejam aumentando junto com uma recessão econômica, à medida que a atividade, a produção e o consumo caem.
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