Chefe do FMI vê mais queda da inflação 2024, mas diz que ela ainda não foi totalmente derrotada
Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - A inflação está diminuindo mais rápido do que o esperado, mas não foi totalmente derrotada, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira, pedindo aos banqueiros centrais que calibrem cuidadosamente suas decisões sobre os cortes das taxas de juros de acordo com os dados recebidos.
Georgieva disse que a inflação geral para as economias avançadas foi de 2,3% no último trimestre de 2023, abaixo dos 9,5% de apenas 18 meses atrás, e a tendência de queda deve continuar em 2024.
Isso criaria as condições para que os bancos centrais das principais economias avançadas comecem a cortar os juros no segundo semestre do ano, embora o ritmo e o momento possam variar, disse ela em um evento organizado pelo think tank Atlantic Council.
"Nessa reta final, é duplamente importante que os bancos centrais mantenham sua independência", disse Georgieva, pedindo às autoridades que resistam aos pedidos de cortes antecipados nas taxas, quando necessário.
"O afrouxamento prematuro pode causar novas surpresas na inflação, o que pode até mesmo exigir uma nova onda de aperto monetário. Por outro lado, atrasar demais pode esfriar a atividade econômica", disse ela.
Georgieva disse que o relatório Perspectivas Econômicas Mundiais da próxima semana mostrará que o crescimento global está ligeiramente mais forte, devido à atividade robusta nos Estados Unidos e em muitas economias de mercados emergentes, mas não fez novas previsões específicas.
Ela disse que a resiliência da economia global estava sendo ajudada por mercados de trabalho fortes e uma força de trabalho em expansão, um consumo doméstico forte e uma redução dos problemas da cadeia de oferta, mas afirmou que ainda há "muitas coisas com que se preocupar".
"O ambiente global se tornou mais desafiador. As tensões geopolíticas aumentam os riscos de fragmentação... e, como aprendemos nos últimos anos, operamos em um mundo no qual devemos esperar o inesperado", disse Georgieva.
Ela disse que a atividade global está fraca de acordo com os padrões históricos e que as perspectivas de crescimento estavam diminuindo desde a crise financeira global de 2008-2009. A perda de produção global desde o início da pandemia da Covid-19 em 2020 foi de 3,3 trilhões de dólares, atingindo desproporcionalmente os países mais vulneráveis.
Georgieva disse que os EUA registraram a recuperação mais forte entre as economias avançadas, ajudados pelo aumento do crescimento da produtividade. A atividade da zona do euro estava se recuperando mais gradualmente, devido ao impacto persistente dos altos preços da energia e do crescimento mais fraco da produtividade.
Entre as economias de mercados emergentes, países como a Indonésia e a Índia estavam se saindo melhor, mas os países de baixa renda haviam sofrido as maiores cicatrizes.
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