Banco Mundial corta previsão do PIB da América Latina para 2024 e diz que concorrência é chave para crescimento

Publicado em 10/04/2024 14:13 e atualizado em 10/04/2024 15:18

Logotipo Reuters

 

NOVA YORK (Reuters) - O Banco Mundial cortou nesta quarta-feira sua previsão de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe em 2024 para 1,6%, em comparação com a estimativa anterior de 2,3%, afirmando que a região continua a ficar atrás das taxas de crescimento registradas em outras partes do mundo.

Para o Brasil, o Banco Mundial estima uma expansão do Produto Interno Bruto de 1,7% em 2024, acelerando a 2,2% em 2025.

O crescimento econômico da região poderia receber um impulso necessário com o aumento da concorrência, mas a diversificação corporativa enfrenta restrições, inclusive na educação e na infraestrutura, disse o banco em um relatório.

A atual taxa de crescimento na América Latina e no Caribe não é suficiente para impulsionar a prosperidade, acrescentou o banco.

"O baixo crescimento persistente não é apenas uma estatística econômica, é uma barreira para o desenvolvimento", disse Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, em um comunicado. "Isso se traduz em serviços públicos reduzidos, menos oportunidades de emprego, salários deprimidos e maior pobreza e desigualdade."

A baixa concorrência na região é uma barreira para a inovação e a produtividade, pois as grandes empresas dominam vários setores, sendo que 70% dos trabalhadores da região são autônomos ou fazem parte de empresas com menos de 10 funcionários, disse o Banco Mundial.

Mesmo com a presença de agências e leis de concorrência em vários países, disse o banco, a aplicação na região é frágil, pois empresas grandes e poderosas geralmente influenciam as políticas governamentais.

Outra barreira importante é a educação, já que 29% das empresas da região dizem que não podem expandir devido à falta de mão de obra qualificada, um problema que William Maloney, economista-chefe do banco para a América Latina e o Caribe, associa diretamente aos sistemas de ensino público e de treinamento deficientes da região, que não são preparados para atender às necessidades do setor privado.

"No Vale do Silício, temos essa ligação muito estreita entre empresas e universidades que é absolutamente fundamental para o milagre tecnológico dos EUA nos últimos 50 anos (ou mais)", disse Maloney em uma entrevista. "Mas a América Latina está empatada com a África em termos de baixos níveis de interação entre empresas e universidades."

Maloney disse que isso, juntamente com níveis muito baixos de investimento em infraestrutura, significa que "temos muito trabalho a fazer em muitas frentes".

Um ponto positivo na região foi a gestão macroeconômica, que levou a uma rápida queda da inflação na maioria dos países da região, a ponto de os preços subirem mais lentamente do que em muitos países desenvolvidos.

"Mas nada vai acontecer se não consertarmos os fundamentos subjacentes, o baixo nível de educação, a infraestrutura ruim, a dificuldade de transportar mercadorias", disse ele.

"Isso será uma barreira para qualquer tipo de política industrial que se queira considerar."

(Reportagem de Rodrigo Campos)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário