Dólar à vista sobe com investidores de olho no exterior e à espera do Copom
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Com investidores à espera da decisão do Copom sobre a Selic, o dólar à vista fechou a quarta-feira em leve alta ante o real, em sintonia com a elevação da moeda norte-americana no exterior, após a agência Fitch reduzir a classificação de longo prazo dos EUA na véspera, o que disparou a procura por ativos de menor risco em vários mercados.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8051 reais na venda, com alta de 0,29%.
Na B3, às 17:10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,20%, a 4,8305 reais.
Os mercados globais repercutiam no início do dia o corte da classificação dos EUA pela Fitch, na noite de terça-feira. A agência cortou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do país de "AAA" para "AA+", apontando para uma deterioração fiscal nos próximos três anos, bem como para uma alta da carga geral da dívida do governo.
Em reação, os principais índices de ações nos EUA recuaram, enquanto o dólar ganhou força ante várias divisas, com investidores em busca de ativos mais seguros.
“Houve uma aversão a risco no mercado global com o rebaixamento dos EUA pela Fitch. Isso não repercutiu bem nos mercados -- as bolsas ficaram em queda e o dólar subiu”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
Ainda assim, conforme um operador ouvido pela Reuters, as cotações ficaram “travadas” em margens estreitas, com investidores posicionados à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na noite desta quarta. A curva de juros seguia demonstrando divisão entre os investidores sobre o que o colegiado anunciará: corte de 0,25 ou de 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic, hoje em 13,75% ao ano.
Na cotação mínima do dia, às 9h11, o dólar à vista atingiu 4,7814 reais (-0,20%); na máxima, às 12h16, a moeda norte-americana à vista foi cotada a 4,8230 reais (+0,67%).
“Lá fora, o dólar ganhou espaço frente as principais moedas, como a libra, o euro e o dólar australiano. Mas no Brasil o real está conseguindo segurar esta deterioração de humor vinda de fora”, disse durante a tarde João Piccioni, analista da Empiricus Research.
De fato, a moeda norte-americana à vista chegou a oscilar perto da estabilidade na segunda metade da sessão, para depois encerrar com leve alta ante o real.
Às 17:10 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- subia 0,64%, a 102,650.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.
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