Dólar à vista fecha em alta apesar do fim da desoneração dos combustíveis
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar à vista oscilou perto da estabilidade na maior parte da sessão, para fechar em alta ante o real nesta segunda-feira, na contramão do exterior, onde o viés predominante era de baixa para a moeda norte-americana.
O fechamento em alta ocorreu mesmo após o Ministério da Fazenda informar no fim de tarde que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre combustíveis nesta semana após o final do prazo da desoneração para gasolina e etanol, que se encerra no fim de fevereiro. A decisão foi uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2071 reais, em alta de 0,16%.
Na B3, às 17:45 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,23%, a 5,2030 reais.
Após a alta de 1,22% do dólar na sessão anterior, na sexta-feira, os participantes do mercado brasileiro iniciaram os negócios nesta segunda em compasso de espera. As atenções estavam voltadas para Brasília, onde Haddad e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negociavam uma solução para os combustíveis.
Em meio aos receios de que a desoneração poderia continuar --o que pesaria nos cofres do governo--, o dólar pouco se afastou da estabilidade.
“O que a gente acha é que o mercado de câmbio está trabalhando com um pouco de proteção, por conta da indefinição por parte do governo nesta história dos combustíveis”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
Assim, enquanto o dólar tinha um viés de baixa no exterior, a moeda norte-americana se mantinha perto da estabilidade no Brasil ou com leves ganhos.
Na reta final dos negócios, o Ministério da Fazenda informou que a cobrança de impostos sobre combustíveis será totalmente retomada. A pasta contava com o retorno da tributação, sem nova prorrogação da desoneração ou retorno gradual das cobranças, disseram à Reuters duas fontes que acompanhavam o tema.
Ainda assim, o dólar encerrou o dia no território positivo. No exterior, a tendência era outra.
Às 17:45 (de Brasília), o índice do dólar --que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas-- caía 0,49%, a 104,660.
Profissionais ouvidos pela Reuters lembraram ainda que nesta terça-feira ocorre a definição da taxa Ptax de fim de mês, que servirá de referência para a liquidação de contratos futuros no início de março. Em função disso, é normal haver certa disputa pela condução das cotações entre comprados (investidores que apostam na alta do dólar) e vendidos (que apostam na baixa).
A disputa maior tende a ser na manhã de terça-feira, mas algumas mesas citavam certo esforço dos comprados, já na sessão desta segunda-feira, para que as cotações seguissem em patamares elevados.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap ofertados na rolagem dos vencimentos de abril.
(Por Fabrício de Castro)
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