Petrobras pressiona Ibovespa; CSN sobe mais de 5%
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta terça-feira, pressionado principalmente pelas ações da Petrobras, após o UBS cortar a recomendação das ações para "venda" em meio a preocupações sobre a estratégia da empresa a partir de 2023.
Às 12:13, o Ibovespa caía 0,15%, a 109.578,74 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 110.223,73 pontos, em parte apoiado no viés relativamente positivo em praças acionárias no exterior.
O volume financeiro somava 8,8 bilhões de reais.
Investidores também continuam monitorando as negociações envolvendo a PEC da Transição em busca de sinais mais concretos sobre os gastos públicos a partir de 2023, enquanto ainda esperam novidades sobre a equipe ministerial do próximo governo.
Análise gráfica da equipe da Ágora Investimentos avalia que, para os próximos dias, a tendência para o Ibovespa permanece de baixa, e em caso de tentativa de alta, o índice logo encontraria resistência na região dos 113.400 pontos.
"Do lado inferior, a eventual perda dos 108.200 abriria espaço para uma queda mais forte em direção aos 103.000 pontos."
DESTAQUES
- PETROBRAS PN caía 3,91%, a 22,6 reais, a despeito da alta dos preços do petróleo no exterior, já que segue pressionada por preocupações sobre o rumo da empresa a partir de 2023 com a troca de governo. No final da segunda-feira, o UBS divulgou relatório cortando a recomendação das ações de "compra" para "venda" e ceifou o preço-alvo de 47 para 22 reais, avaliando que os próximos anos parecem "mais sombrios do que os picos que a Petrobras atingiu". JPMorgan e Goldman Sachs já haviam piorado a recomendação para as ações, mas para "neutra".
- PRIO ON valorizava-se 2,29%, a 35,28 reais, beneficiada pela alta do petróleo no exterior, onde o Brent subia 1,74%, a 88,97 dólares o barril.
- CSN ON avançava 5,17%, a 14,65 reais, em dia positivo para siderúrgicas e mineradoras na bolsa e após anunciar 1,56 bilhão de reais em dividendos intermediários aos acionistas, bem como reorganização societária na holding. No setor, VALE ON subia 1,59%, a 81,19 reais, mesmo com nova queda dos preços do minério na China, na esteira do aumento de casos de Covid no país asiático.
- COPEL PNB tinha elevação de 2,04%, a 8,6 reais, mantendo o sinal positivo após disparar mais de 20% na véspera, na esteira de planos de privatização da elétrica controlada pelo Estado do Paraná. Nesta terça-feira, em evento com analistas e investidores, executivos da companhia também afirmaram que a Copel planeja consolidar sua posição de empresa integrada de energia elétrica até 2030, crescendo em geração renovável, transmissão e comercialização, além de potencialmente entrar em novos mercados de distribuição fora do Paraná.
- MAGAZINE LUIZA ON recuava 3,85%, a 3,25 reais, com o setor de varejo voltando ao lado negativo do Ibovespa. VIA ON perdia 3,06% e AMERICANAS ON cedia 3,71%.
- ULTRAPAR ON subia 1,82%, a 13,46 reais, após anunciar na segunda-feira assinatura de compra da totalidade da transportadora de gás natural comprimido (GNC) NEOgás por 165 milhões de reais. Para a equipe do Safra, a operação não tem um valor tão significativo pelo seu tamanho, mas traz sinergias com Ultragaz.
- HAPVIDA ON recuava 3,75%, a 5,39 reais, após renúncia de Irlau Machado Filho à posição de copresidente da companhia, deixando Jorge Pinheiro como o único executivo à frente do grupo de serviços de saúde. Machado foi presidente da NotreDame Intermédica de 2014 ao início deste ano e comandou a transação que levou à incorporação da empresa pela rival Hapvida, que era presidida por Pinheiro desde 2001.
(Por Paula Arend Laier)
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