Cooperação climática entre Biden e Xi dão impulso a negociações da COP27
Por William James e Valerie Volcovici
SHARM EL-SHEIKH, Egito (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping, concordaram nesta segunda-feira em retomar a cooperação com relação às mudanças climáticas e outras questões, oferecendo um impulso às negociações estagnadas e atrasadas na cúpula climática COP27, no Egito.
Os líderes dos dois países que mais emitem gases de efeito estufa no mundo se reuniram na cúpula do G20 na ilha indonésia de Bali, onde as mudanças climáticas estarão disputando espaço com questões como a economia global e a guerra da Rússia na Ucrânia.
As notícias da reaproximação aparecem em um momento em que os negociadores presentes no balneário de Sharm el-Sheikh, para a COP27, estão em busca de um sinal de que as nações do G20 estão dispostas a injetar mais dinheiro e estabelecer novos compromissos na luta contra o aumento global das temperaturas.
Teresa Ribera, ministra do Clima da Espanha, disse estar esperançosa de que a reaproximação energizará as negociações.
"Os dois maiores emissores (de gases de efeito estufa) precisam ser cooperativos e ambiciosos", disse ela à Reuters.
Manish Bapna, presidente-executivo do grupo ambientalista Conselho de Defesa dos Recursos Naturais, classificou o acordo de "essencial".
“Esse sinal inequívoco das duas maiores economias para trabalharem juntas no enfrentamento à crise climática é mais do que bem-vindo; é essencial", disse Bapna.
Chegando à reta final da conferência de duas semanas, o progresso tem sido lento, frustrando os negociadores que têm enfrentado dificuldades para alcançar um consenso sobre como os países mais ricos devem ajudar os países em desenvolvimento a arcar com o custo dos desastres provocados pelo clima.
O desfecho dessa questão, mencionada nas negociações climáticas como "perdas e danos", pode definir o sucesso ou fracasso percebido das conversas da COP27.
Um negociador sênior, que não pôde ser identificado devido à sensibilidade das tratativas, disse que após uma semana de abertura cheia de promessas, mas fraca em novos compromissos financeiros, muitos países em desenvolvimento monitoram Bali de perto em busca de um sinal de que as economias mais ricas estão tomando ações concretas.
O progresso do G20, que engloba as maiores economias e também os países com maior emissão de gases, pode vir tanto na forma de dinheiro como sinalização política.
Os Estados Unidos devem anunciar um plano de transição energética com a Indonésia na terça-feira, que também envolverá outras nações do G7 --essencialmente um pacote de financiamento para ajudar na mudança da energia proveniente do carvão para a energia limpa.
Os líderes do G20 também podem chegar a um acordo sobre como abordar as preocupações ambientais, oferecendo certo alívio depois que as autoridades em agosto não conseguiram chegar a um comunicado conjunto, em meio a objeções sobre a linguagem usada nas metas climáticas e na guerra na Ucrânia.
(Reportagem de William James e Valerie Volcovici; reportagem adicional de Simon Jessop)
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