Rússia e EUA teriam mantido contato; Zelenskiy comemora grande vitória na Ucrânia

Publicado em 14/11/2022 10:37

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Por Jonathan Landay e Jonathan Spicer

KHERSON, Ucrânia/ANCARA (Reuters) - Autoridades russas e norte-americanas teriam mantido conversas nesta segunda-feira na Turquia, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, visitou Kherson, o maior prêmio que suas tropas conquistaram até agora, e prometeu pressionar pela recaptura de todas as terras ocupadas.

O jornal russo Kommersant informou, citando uma fonte, que delegados de Washington se reuniram nesta segunda-feira na capital turca Ancara com delegados russos supostamente incluindo Sergei Naryshkin, chefe da agência de inteligência estrangeira SVR.

O Kremlin disse que não poderia confirmar nem negar o relato, e uma autoridade turca se recusou a comentar. Dados de rastreamento de voo mostraram que um avião russo pousou em Ancara, o qual Yoruk Isik, analista geopolítico de Istambul da consultoria Bosphorus Observer, disse que era usado apenas por autoridades de alto escalão.

Reuniões presenciais entre Rússia e Estados Unidos em alto nível raramente foram relatadas nos últimos meses, embora Washington tenha dito na semana passada que os contatos ocorreram para diminuir o risco de uma guerra mais ampla, sem dar detalhes. Os ministros da Defesa dos dois países falaram por telefone no mês passado.

As forças russas fugiram de Kherson na semana passada em sua terceira grande retirada desde a invasão da Ucrânia em fevereiro, e a primeira vez que abandonaram uma cidade tão grande.

"Você vê nosso Exército forte. Estamos indo passo a passo pelo nosso país, os territórios temporariamente ocupados", disse Zelenskiy a repórteres depois de se dirigir às tropas em frente ao prédio da administração na praça principal, onde moradores também apareceram, alguns com crianças ou carrinhos de bebê, alguns agitando bandeiras ucranianas ou envoltos nelas.

"Estamos prontos para a paz - mas a nossa paz... Para todo o nosso país, todo o nosso território", disse ele. Minutos antes de ele chegar, bombardeios próximos podiam ser ouvidos e, depois que ele terminou de falar, várias outras rajadas de artilharia ecoaram pela cidade.

Kherson foi uma das quatro províncias que o presidente russo, Vladimir Putin, declarou anexada no mês passado e disse que faria parte da Rússia para sempre. A perda da capital regional é um grande golpe psicológico e estratégico para Moscou.

Zelenskyi disse que os ocupantes russos cometeram crimes de guerra, incluindo assassinatos e sequestros. Eles deixaram infraestrutura destruída e minas terrestres para trás quando se retiraram através do rio Dnipro.

"Foram encontrados corpos de civis e militares", afirmou ele em um discurso televisionado durante a noite, dizendo que os investigadores já documentaram mais de 400 crimes de guerra russos na área. "O Exército russo deixou para trás a mesma selvageria que deixou em outras regiões do país em que entrou."

A Rússia nega que suas tropas tenham como alvo civis ou tenham cometido atrocidades em áreas ocupadas. Locais de enterro em massa foram encontrados em outras partes da Ucrânia anteriormente ocupadas por tropas russas, incluindo algumas com corpos civis mostrando sinais de tortura.

Moradores de Kherson e arredores entrevistados pela Reuters desde sexta-feira descreveram assassinatos e sequestros sob ocupação russa.

Soldados russos "se aproximavam de você na rua e perguntavam se você era ucraniano ou russo. Se você dissesse ucraniano, eles o levariam embora", declarou Natalia Papernaya, designer de roupas de 43 anos, no domingo.

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Fonte:
Reuters

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