Mester, do Fed, comemora dados de inflação, mas diz que grandes riscos permanecem
Por Michael S. Derby
(Reuters) - A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta quinta-feira que, embora haja alguns novos sinais esperançosos de moderação do avanço dos preços, o principal risco ainda enfrentado pelo banco central dos Estados Unidos é que a instituição não aja de forma agressiva o suficiente para domar pressões de preços muito altas.
“Dado o atual nível de inflação, sua natureza ampla e sua persistência, acredito que a política monetária precisará se tornar mais restritiva e permanecer restritiva por um tempo para colocar a inflação em uma trajetória descendente sustentável para 2%”, afirmou Mester em discurso em texto.
A formuladora de política monetária, que tem um papel de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), responsável por definir a taxa básica de juros, não disse o tamanho do aumento que ela gostaria que o Fed fizesse em sua reunião de política monetária de dezembro. Ela também não tem certeza de até onde o banco central precisa ir para elevar os custos dos empréstimos, dizendo que isso depende do que acontece com a inflação, que continua alta.
Mester disse que o Fed enfrenta um "trade-off" desafiador entre subir muito ou pouco a taxa básica. Mas, para ela, “apesar dos movimentos que fizemos até agora, dado que a inflação tem se mostrado consistentemente mais persistente do que o esperado e há custos significativos de inflação alta contínua, atualmente vejo os maiores riscos como provenientes de um aperto monetário muito pequeno”.
Mester falou após a divulgação de dados que mostraram uma moderação maior do que o esperado nos preços ao consumidor em outubro. O relatório levou muitos analistas a especular que as tendências da inflação finalmente começam a moderar. Autoridades do Fed que falaram nesta quinta-feira disseram que mais ajustes de juros estavam nos planos, mas, como outros formuladores de política monetária nos últimos dias, eles disseram que é possível que o Fed consiga reduzir os juros mais lentamente nos próximos meses.
Mester afirmou que as notícias são boas nos dados de inflação, mas é apenas o começo do que é necessário.
“O relatório de preços ao consumidor de outubro desta manhã também sugere alguma flexibilização na inflação geral e no núcleo”, disse. Ela acrescentou que “continuam a haver alguns riscos de alta para a previsão de inflação”. Mester afirmou que espera ver uma desaceleração “significativa” nas pressões de preços no próximo ano e depois e um retorno à meta de inflação de 2% até 2025.
Mester reiterou que a volatilidade do mercado e a dor econômica mais ampla podem surgir como resultado dos esforços do Fed para reduzir a inflação. Ela também disse que é possível que o crescimento também se torne negativo.
0 comentário
Ibovespa cai 2% e marca mínima desde junho após pacote fiscal desapontar
Dólar fecha perto dos R$6,00 com desconfiança do mercado sobre pacote fiscal
Taxas disparam após decepção com pacote e precificam 10% de chance de alta de 100 pontos-base da Selic
Ações europeias se recuperam com impulso de papéis de tecnologia e antes de dados de inflação
Dólar ultrapassa R$6,00 pela 1ª vez na história com reação do mercado à reforma do IR
Ibovespa recua com mercado torcendo o nariz para anúncio de pacote fiscal