Ibovespa tem 3ª queda e fecha abaixo de 113 mil pontos com ajustes antes de eleição

Publicado em 26/10/2022 17:29

Logotipo Reuters

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão seguido nesta quarta-feira, com agentes financeiros ajustando as últimas posições antes do desfecho da eleição presidencial no domingo e diante de um viés mais negativo em Wall Street.

Balanços corporativos também repercutiram no pregão, com Weg disparando após resultado acima do esperado, enquanto Santander Brasil figurou entre as maiores quedas após frustrar as expectativas dos investidores.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,62%, a 112.763,79 pontos, somando uma perda de quase 6% na semana.

De acordo com o sócio-diretor da Pronto! Investimentos, Marcelo Castro, o mercado está reprecificando as apostas após episódios recentes abalarem o entusiasmo com as chances de reeleição de Bolsonaro.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, mas na semana passada pesquisas eleitorais mostrando um estreitamento na diferença entre ambos estimulou certa euforia, beneficiando particularmente ações de estatais.

Mas o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson, apoiador de Bolsonaro, a policiais federais no domingo e uma melhora de Lula nas últimas pesquisas, mesmo que na margem de erro, assim como o risco de fraude eleitoral, desencadearam ajustes.

Nesse contexto, de acordo com Castro, agentes financeiros passaram a adotar um posicionamento mais defensivo, principalmente porque ainda não se sabe sobre a equipe econômica de um eventual governo de Lula.

"Ele tem próximo de si a turma do Plano Real, que é bem vista pelo mercado, mas também nomes como Aloizio Mercadante e Guido Mantega, que não agradam tanto", observou, destacando que, na dúvida, o mercado prefere se precaver para um cenário pior.

Na visão do superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, o foco está bastante em cima do mercado doméstico, com a disputa bastante acirrada entre os candidatos à Presidência e dúvidas sobre como será a governabilidade em 2023.

"Diante de alguns desconfortos, o mercado realizou rapidamente", observou.

No exterior, as bolsas em Nova York tiveram um fechamento misto, com o Nasdaq caindo 2% após resultados e alertas de empresas como Microsoft e Alphabet. O S&P 500 recuou 0,74% e o Dow Jones terminou quase estável.

Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central no Brasil divulgará sua decisão de política monetária, e as atenções estarão voltadas principalmente para o comunicado, uma vez que não se espera mudança na Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

DESTAQUES

- WEG ON disparou 8,36%, a 37,98 reais, tendo tocado máxima em cerca de um ano, após a empresa reportar salto de mais de 40% no lucro do terceiro trimestre, citando demanda consistente, resultado que superou as projeções do mercado. "A Weg apresentou um crescimento de receita forte e de alta qualidade", afirmaram analistas do Citi. O Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações após o resultado.

- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 5,26%, a 28,47 reais, após o banco reportar lucro do terceiro trimestre abaixo das expectativas, marcado por aumento de provisões para perdas com empréstimos. "Não foi um bom começo de temporada de resultados para os bancos", afirmou o BTG Pactual. ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 2,14% e BRADESCO PN cedeu 4,36%. BANCO DO BRASIL ON, que também reflete expectativas eleitorais, recuou 3,54%.

- PETROBRAS PN fechou em baixa de 2,45%, a 32,71 reais, mesmo com a alta dos preços do petróleo. Investidores continuam pesando os potenciais cenários para a petrolífera de controle estatal a depender do resultado das eleições. Em três pregões, a ação acumula declínio de cerca 13%, mas ainda sobe quase 10% em outubro e 71,5% no ano.

- VALE ON subiu 2,22%, a 73,53 reais, amenizando as perdas do Ibovespa, mesmo com o declínio dos preços do minério de ferro na China, tendo no radar o resultado trimestral da mineradora previsto para quinta-feira à noite.

- MAGAZINE LUIZA ON desabou 8,86%, a 3,91 reais, após recuperação na véspera, ampliando a cerca de 28% a perda desde a máxima do mês. O Bank of America cortou o preço-alvo do papel de 9 para 8 reais, vendo contração adicional no e-commerce e fraqueza maior em plataformas voltadas para tíquetes maiores e consumidores de baixa renda. No setor, VIA ON caiu 7,59% e AMERICANAS ON recuou 5,86%.

- LOCAWEB ON tombou 10,12%, a 9,33 reais, com o dia negativo para ações de tecnologia nos EUA disparando realização de lucros. Até a véspera, a ação acumulava alta de mais de 15% em outubro. POSITIVO ON cedeu 8,56%, na terceira queda seguida, a 11 reais, mínima desde agosto.

- TELEFÔNICA BRASIL ON valorizou-se 0,78%, a 39,91 reais, após a companhia reportar crescimento no lucro do terceiro trimestre para 1,4 bilhão de reais, com expansão de 15% na receita líquida de telefonia móvel. "A Vivo reportou resultados sólidos com recuperação de margem consistente e uma recuperação sólida no lucro líquido", afirmaram analistas da XP. No setor, TIM ON cedeu 0,32%.

- NEOENERGIA ON subiu 1,62%, a 16,27 reais, após fechar o terceiro trimestre com lucro de 1,5 bilhão de reais, alta de 17% ano a ano, com expansão dos projetos de geração renovável de energia, além da boa performance das distribuidoras do grupo. A companhia afirmou que quer atrair investidor para ativos de transmissão até junho de 2023. O papel foi uma das poucas altas do índice de energia elétrica na B3, que caiu 1,97%.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário