Ibovespa engata nova queda com ajustes a eleições; Santander e Weg reagem a balanços
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa engatava a terceira queda seguida nesta quarta-feira, com Santander Brasil capitaneando as perdas após resultado trimestral frustrar expectativas, enquanto Weg era destaque de alta na esteira de desempenho mais forte do que o esperado pelo mercado no terceiro trimestre.
Investidores também continuam ajustando posições a poucos dias do desfecho da eleição presidencial, com pesquisas mostrando uma disputa acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Às 12:12, o Ibovespa caía 0,79 %, a 113.714,7 pontos, acumulando até o momento declínio de 5,1% na semana. No mês, a conta ainda está positiva em 3,4%. O volume financeiro somava 9,5 bilhões de reais.
Pesquisas Genial/Quaest e PoderData divulgadas nesta manhã mostraram melhora no desempenho de Lula em relação a Bolsonaro quanto às intenções de voto, embora dentro da margem de erro, o que ajudava a explicar parte do movimento na bolsa paulista.
Na semana passada, quando o Ibovespa subiu 7%, prevalecia um certo otimismo de que o atual presidente e candidato à reeleição virasse o placar contra o petista no dia 30 de outubro, após derrota no primeiro turno.
De acordo com a equipe da Guide Investimentos, o cenário eleitoral continua mostrando Lula na frente segundo as pesquisas, fazendo os agentes reajustarem suas posições.
Em meio às conjecturas eleitorais, investidores também analisam resultados corporativos, com a temporada de balanços do terceiro trimestre ganhando fôlego. Além de Santander Brasil e Weg, também Telefônica Brasil e Neoenergia reportaram seus números entre a noite da véspera e manhã desta quarta-feira.
Após o fechamento, o Banco Central divulgará sua decisão de política monetária, e as atenções estarão voltadas principalmente para o comunicado da autoridade monetária, uma vez que não se espera mudança na taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
No exterior, Wall Street não mostrava uma tendência única, com o S&P 500 e o Dow Jones no azul, enquanto o Nasdaq trabalhava no negativo pressionado pelos resultados e alertas de empresas como Microsoft e Alphabet.
DESTAQUES
- SANTANDER BRASIL UNIT caía 5,16%, a 28,5 reais, após o banco reportar lucro do terceiro trimestre abaixo das expectativas, marcado por aumento de provisões para perdas com empréstimos. "Não foi um bom começo de temporada de resultados para os bancos", afirmaram analistas do BTG Pactual. Entre os privados, ITAÚ UNIBANCO PN perdia 1,29% e BRADESCO PN cedia 2,38%. BANCO DO BRASIL ON, que ainda sofre com as expectativas eleitorais, recuava 2,61%.
- WEG ON avançava 7,05%, a 37,52 reais, tendo tocado máxima em cerca de um ano no melhor momento, após a empresa reportar salto de mais de 40% no lucro do terceiro trimestre, citando demanda consistente em seus mercados, em resultado que superou as projeções do mercado. "A Weg apresentou um crescimento de receita forte e de alta qualidade", afirmaram analistas do Citi. O Bradesco BBI elevou o preço-alvo das ações após o resultado.
- PETROBRAS PN recuava 1,4%, a 33,06 reais, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior. Investidores continuam pesando os potenciais cenários para a petrolífera de controle estatal a depender do resultado das urnas no próximo domingo. Em três pregões, a ação acumula declínio de cerca de 13%, mas ainda sobe quase 11% em outubro e mais de 70% no ano.
- VALE ON subia 2,03%, a 73,39 reais, oferecendo um freio relevante na pressão negativa sobre o Ibovespa, mesmo com o declínio dos preços do minério de ferro na China, tendo no radar o resultado trimestral da mineradora previsto para quinta-feira, após o fechamento do mercado.
- MAGAZINE LUIZA ON caía 4,43%, a 4,1 reais, após alguma recuperação na véspera, ampliando para mais de 25% a perda desde a máxima do mês. Analistas do Bank of America também cortaram o preço-alvo do papel de 9 para 8 reais, em amplo relatório sobre varejo, enquanto veem contração adicional no e-commerce e fraqueza maior em plataformas voltadas para tíquetes maiores e consumidores de baixa renda.
- TELEFÔNICA BRASIL ON valorizava-se 1,54%, a 40,21 reais, após a companhia reportar crescimento no lucro do terceiro trimestre para 1,4 bilhão de reais, com expansão de 15% na receita líquida de telefonia móvel. "A Vivo reportou resultados sólidos no terceiro trimestre de 2022 com uma recuperação de margem consistente e uma recuperação sólida no lucro líquido", afirmaram analistas da XP Investimentos. No setor, TIM ON ganhava 1,44%.
- NEOENERGIA ON, que não está no Ibovespa, tinha elevação de 2,87%, a 16,47 reais, após encerrar o terceiro trimestre com um lucro líquido de 1,5 bilhão de reais, 17% acima do apurado entre julho e setembro do ano passado, diante da expansão de seus projetos de geração renovável de energia, além da boa performance das cinco distribuidoras do grupo. A companhia também afirmou que quer atrair investidor para ativos de transmissão até junho de 2023. O papel era uma das poucas altas do índice de energia elétrica na B3, que caía 1,19%.
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