Bolsonaro e Guedes negam proposta para fim de deduções do IR, ministro atribui ideia a petistas no governo

Publicado em 25/10/2022 17:50 e atualizado em 25/10/2022 18:45

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Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O governo não vai propor o fim das deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda, disse nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuindo a divulgação de uma ideia nesse sentido a “petistas” que estariam dentro do governo.

Questionado sobre o assunto durante entrevista a uma rádio na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro também negou. "Não é verdade", afirmou, acrescentando que o Congresso não aprovaria medidas dessa natureza.

Em evento sobre perspectivas para o cooperativismo, Guedes demonstrou irritação com publicações de informações sobre medidas avaliadas internamente na pasta. Para ele, os vazamentos teriam ligação direta com a proximidade das eleições presidenciais.

"Não deixem que roubem a sua tranquilidade, já roubaram muita coisa aqui, agora estão querendo roubar também a tranquilidade da população brasileira, sai uma mentira por dia, uma fake news por dia. À medida em que nos aproximamos da eleição, o desespero aumenta do outro lado e começam a mentir", disse.

"Tem sempre um petista com a picareta na mão tentando furar o barco, vazando notícia requentada, estudo de dois anos atrás", acrescentou.

A declaração do ministro foi uma resposta a reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual a equipe de Guedes defendeu por escrito o fim dos descontos com essas despesas do IR da pessoa física. A medida, segundo o jornal, representaria uma economia de 30 bilhões de reais aos cofres da União.

O assunto foi explorado por petistas e aliados nas redes sociais nesta terça-feira, a cinco dias do segundo turno das eleições, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentará Bolsonaro (PL) nas urnas.

Guedes afirmou que o governo é a favor da redução de tributos e que pretende aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para classes mais baixas, acrescentando ser "mentira" que a classe média será mais tributada.

Na apresentação, o ministro afirmou que petistas dentro do ministério teriam preparado o documento e vazado para a imprensa como se fosse um plano do governo. Guedes disse que a medida foi avaliada no início da atual gestão e ele próprio teria barrado a iniciativa.

"Na véspera da eleição vazam estudos que foram descartados", disse. "Isso foi descartado, jogamos no lixo, tanto que não seguiu para a reforma tributária."

O ministro também voltou a negar que o governo vá propor uma desindexação de aposentadorias e do salário mínimo de forma a viabilizar aumentos abaixo da inflação. A ideia foi inicialmente publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, atribuindo o plano ao Ministério da Economia.

"Se demos aumentos durante pandemia, claro que agora os aumentos podem ser acima da inflação", disse o ministro.

Na mesma linha, Guedes afirmou ainda que os reajustes salariais de servidores públicos poderão ser feitos em patamar superior à variação da inflação "porque houve aumento fortíssimo de produtividade".

 

(Com reportagem adicional de Alexandre Caverni)

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Fonte:
Reuters

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