Roberto Jefferson resiste à ordem de prisão do STF e atira em policiais federais
Roberto Jeferson resiste à ordem de prisão do STF e atira em policiais federais
Por Rodrigo Viga Gaier
(Reuters) - Roberto Jefferon resistiu a retornar à prisão neste domingo, segundo seu advogado, depois que Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou sua volta ao regime fechado por ter gravado um vídeo com ataques e ofensas à ministra da Corte, Cármen Lúcia.
"A Polícia Federal foi cumprir uma nova ordem de prisão expedida pelo Alexandre de Moraes e ele (Jefferson) nao quis se entregar”, disse à Reuters Gustavo Cunha.
"Falei com ele agora há pouco e disse que ia fazer o que tinha que ser feito; pedi para ele se entregar, e ele disse que não vai”, acrescentou Cunha.
O advogado disse que houve uma troca de tiros, mas não deu detalhes. Uma fonte da PF, que pediu para não ser identificada, disse dois agentes ficaram feridos, "mas passam bem".
Em um vídeo, o próprio Jeferson fala que atirou contra agentes, mas diz que seu objetivo não era feri-los. "Eu não atirei em ninguém para pegar, eu atirei no carro e perto deles", diz ele, que insistiu que "não vai se entregar".
"Policiais federais foram à casa do alvo para cumprir ordem de prisão determinada, na data de ontem, pelo STF e durante a diligência, na manhã de hoje, o alvo reagiu à abordagem da PF que se preparava pra entrar na residência. Dois policiais foram atingidos por estilhaços, mas passam bem", disse a fonte.
Na sexta-feira, Jefferson publicou um vídeo nas redes sociais com graves ofensas à ministra Cármen Lúcia e também ao TSE. O político do PTB, investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais para disseminação de notícias falsas e a organização de atos antidemocráticos, cumpre prisão domiciliar.
Após a repercussão do vídeo, neste domingo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) acionaram o STF pedindo punição a Jefferson.
Na véspera, o presidente do TSE e relator no STF de inquéritos que tem Jeferson como alvo, Alexandre de Moraes, divulgou uma nota em repúdio aos ataques contra a ministra e afirmando que a corte tomaria "todas as providencias institucionais necessárias" para combater a intolerância, a violência, a discriminação e a misoginia.
A uma semana do segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, procurou se distanciar do aliado nesse episódio ao publicar no Twitter um repúdio às ofensas contra a ministra e à resistência armada contra agentes da Polícia Federal, ainda que tenha voltado a criticar os inquéritos comandados por Moraes.
"Repudio as falas do sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", tuitou Bolsonaro.
"Determinei a ida do ministro da Justiça ao Rio de Janeiro para acompanhar o andamento deste lamentável episódio", acrescentou o presidente.
Em entrevista coletiva, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o segundo turno com Bolsonaro, criticou duramente as ofensas de Jefferson e disse que a questão agora tinha que ser resolvida pela Justiça e pela polícia.
"As ofensas que este cidadão... fez à ministra Cármen Lúcia não é possível de ser aceita por ninguém que ama a democracia, que gosta da verdade, que respeita os outros", disse Lula a jornalistas.
"Não sei o que está acontecendo porque as informações estão chegando truncadas... é uma questão da Justiça, é uma questão da polícia", acrescentou.
Assista aos vídeos gravados pelo próprio Roberto Jefferson durante operação da Polícia Federal:
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