Aposta sobre eleição embala 4ª alta do Ibovespa; BB sobe e Petrobras renova máxima
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira pelo quarto pregão seguido, descolado de Wall Street, em meio a expectativas relacionadas à corrida presidencial no país, com Banco do Brasil e Petrobras entre os maiores ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,77%, a 117.171,11 pontos, contabilizando avanço de 4,55% na semana. O volume financeiro no pregão nesta quinta-feira somou 37 bilhões de reais.
Pesquisa Datafolha mostrou no final da quarta-feira Lula estável com 49% das intenções de voto no segundo turno, enquanto Bolsonaro oscilou 1 ponto para cima e foi a 45%, no limite do empate técnico.
Outras pesquisas têm mostrado a mesma tendência, o que reforça o otimismo da equipe bolsonarista. No primeiro turno, os principais levantamentos subestimaram os votos do presidente e candidato à reeleição.
De acordo com o analista Leonardo Santana, da Top Gain, há outros componentes econômicos que apoiam o melhor desempenho do Ibovespa em relação ao exterior, mas a performance em particular de Petrobras e BB ressalta o efeito do cenário eleitoral.
Na visão dele, esse movimento mostra que o mercado está acreditando em uma possível vitória de Jair Bolsonaro.
Não é um segredo a predileção no mercado financeiro pelo perfil econômico do governo Bolsonaro, com menor presença do Estado na economia, mais favorável a privatizações e até mesmo do ponto de vista de perspectiva fiscal.
Lula tem recebido apoio de nomes respeitados no mercado, como Armínio Fraga, Edmar Bacha, Pedro Malan e Pérsio Arida, mas a falta de detalhamento sobre seu posicionamento na área e sobre quem será seu potencial ministro da Fazenda traz desconforto.
"Isso continua sendo um grande enigma", avaliam estrategistas do JPMorgan, de acordo com relatório a clientes.
Para eles, porém, fatores como crescimento econômico e chance de queda da Selic em 2023 apoiam uma visão construtiva para a bolsa, independentemente do resultado da eleições, embora não descartem "possíveis contratempos".
Wall Street fechou no vermelho após dados do mercado de trabalho norte-americano e comentários de autoridade do Federal Reserve reforçarem expectativas de que o banco central dos EUA será agressivo na elevação da taxa de juros.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON saltou 4,68%, a 43,60 reais, chegando a 43,68 na máxima do pregão, maior cotação intradia desde janeiro de 2020. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN fechou com elevação de 1,55%, a 30,06 reais, superando 30 reais no melhor momento e renovando máximas históricas. BRADESCO PN subiu 1,15%, a 20,30 reais.
- PETROBRAS PN avançou 2,96%, a 36,47 reais, atingindo 36,55 reais na melhor momento, recorde intradia, apesar do enfraquecimento dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent fechou com variação negativa de 0,03%, a 92,38 reais o barril. No setor, PRIO ON caiu 0,66% e 3R PETROLEUM ON teve oscilação positiva de 1,11%.
- VALE ON subiu 1,28%, a 72,02 reais, reforçando o sinal positivo do Ibovespa, apesar do declínio dos preços do minério de ferro. O setor de mineração e siderurgia como um todo ficou na ponta positiva do índice: CSN ON avançou 3,96%, USIMINAS PNA fechou em alta de 2,99%, GERDAU PN valorizou-se 2,52% e CSN MINERAÇÃO ganhou 2,13%.
- AMERICANAS ON desabou 13,77%, a 14,15 reais, em mais uma sessão bastante negativa para o setor de varejo, com VIA ON caindo 7,06% e MAGAZINE LUIZA ON perdendo 2,39%. O índice do setor de consumo na B3 fechou em queda de 0,95%. Na contramão, NATURA&CO ON avançou 3,54% ainda sob efeito de expectativas sobre o possível IPO ou cisão da Aesop.
- B3 ON recuou 1,75%, a 14 reais, entre as maiores pressões negativas do Ibovespa. No começo da semana, analistas do Safra cortaram a recomendação dos papéis para "neutra", com preço-alvo de 16 reais, enxergando espaço de valorização limitado. Até a véspera, a ação acumulava elevação de mais de 9% em outubro.
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