Japão intensifica ameaças de intervenção após iene cair além de mínima de 32 anos
Por Leika Kihara e Daniel Leussink
TÓQUIO (Reuters) - As autoridades japonesas fizeram novas ameaças de intervenção no mercado de câmbio nesta quinta-feira, depois que o iene caiu além do nível psicológico de 150 por dólar, mantendo os investidores em alerta máximo caso Tóquio volte ao mercado para sustentar a moeda.
Depois que o iene quebrou a marca simbólica pela primeira vez desde 1990, o principal diplomata cambial, Masato Kanda, disse a repórteres que as autoridades estão "sempre prontas para tomar as medidas necessárias, pois a volatilidade excessiva se tornou cada vez mais inaceitável".
Kanda, vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, disse mais cedo nesta quinta-feira que não comentará se o Japão intervirá agora ou se entrará no mercado de câmbio.
A quebra do nível de 150 aumenta a pressão para Tóquio entrar no mercado de câmbio novamente para conter o implacável declínio do iene, que está aumentando a conta de importação já crescente do país.
O declínio também coloca o Banco do Japão no centro das atenções antes de uma reunião de política monetária na próxima semana, quando se espera que mantenha sua taxa de juros ultrabaixa, responsável por empurrar o iene para baixo.
O ministro das Finanças japonês, Shunichi Suzuki, também disse a repórteres após a última queda do iene que "tomará medidas decisivas" contra movimentos excessivos e acentuados do iene.
Da sua parte, o banco central japonês intensificou os esforços para defender seu teto de 0% para o rendimento dos títulos, com ofertas nesta quinta-feira de compras emergenciais de títulos.
As autoridades japonesas sinalizaram que estão observando a velocidade dos movimentos do iene, em vez de mirar em um nível específico, ao decidir se devem intervir.
Embora as preocupações do mercado com a intervenção tenham desacelerado o ritmo das quedas do iene, analistas esperam que a moeda permaneça em tendência de baixa enquanto o Banco do Japão se mantiver como exceção entre uma onda global de bancos centrais que sobem as taxas de juros, incluindo o Federal Reserve.
(Reportagem de Leika Kihara e Daniel Leussink; Reportagem adicional de Kevin Buckland, Sakura Murakami, Kantaro Komiya, Tetsushi Kajimoto em Tóquio e Bansari Mayur Kamdar em Bengaluru)
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