Vice-presidente do BC britânico diz que apostas sobre altas de juros afetarão economia
Por William Schomberg e Andy Bruce
LONDRES (Reuters) - O vice-presidente do banco central britânico, Ben Broadbent, disse a investidores nesta quinta-feira que os grandes aumentos na taxa de juros que eles precificaram com base nos planos fiscais da primeira-ministra, Liz Truss, causarão um golpe "bastante material" para a economia.
Em um discurso, Broadbent disse que agora não está claro o quanto o plano de teto de preços de energia do governo Truss aumentará a pressão inflacionária no médio prazo, depois que o esquema foi drasticamente reduzido pelo novo ministro das Finanças, Jeremy Hunt.
"O (Comitê de Política Monetária) deve responder com relativa rapidez às notícias da política fiscal", disse Broadbent em discurso proferido no Imperial College, em Londres.
"Se a taxa de juros oficial deve subir tanto quanto as previsões atuais do mercado financeiro, ainda não se sabe", disse ele.
Apesar da queda nos últimos dias, a expectativa do mercados financeiro de que a taxa de juros do Banco da Inglaterra atingirá um pico em cerca de 5,25% é "com certa folga o maior aumento nos juros do mercado entre as previsões do comitê desde que ele foi fundado", disse Broadbent.
"Se a taxa bancária realmente chegar a 5,25%, dados os multiplicadores de política monetária razoáveis, o impacto cumulativo no PIB de todo o ciclo de alta seria próximo a 5%, dos quais apenas cerca de um quarto já ocorreu", disse ele.
"Isto implicaria um golpe bastante material para a demanda nos próximos dois anos."
Depois do discurso, os juros futuros passaram a apontar 17% de chance de um aumento de 1 ponto percentual nos juros em 3 de novembro, contra 25% mais cedo nesta quinta-feira. Uma alta de 1 ponto era considerada como quase certa antes de Truss ser forçada a recuar em seus planos de cortes de impostos não financiados.
Broadbent disse em seu discurso que se o apoio do governo mitigar o efeito da inflação sobre as famílias, como está fazendo com o teto dos preços de energia, existe um trabalho maior "na margem" para a política monetária.
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