Bolsonaro diz que não aceitará "retrocesso" em maioria cristã no Brasil
Por Eduardo Simões
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, disse nesta sexta-feira em discurso em uma feira agropecuária no Rio Grande do Sul que não admitirá uma mudança no status de maioria que os cristãos têm no Brasil atualmente.
Em tom inflamado, com ataques sem citar diretamente o nome de seu principal rival na eleição presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente também voltou a defender o acesso às armas de fogo como maneira de assegurar a liberdade.
"Somos um país majoritariamente de cristãos, não admitiremos qualquer retrocesso nessa área, porque temos o povo e Deus ao nosso lado", disse o presidente, que tem aumentado cada vez mais a aposta no eleitorado religioso, especialmente o evangélico, para melhorar seu percentual de intenção de votos apontado nas pesquisas.
"Não podemos aceitar que certas pessoas que deram péssimo exemplo para o Brasil e para o mundo ousem falar em voltar a comandar a nossa nação", disparou, sem citar nomes.
Mais cedo, nesta sexta, a religião também foi um dos temas do discurso de Lula em ato de campanha no Pará, quando o ex-presidente se dirigiu a representantes de religiões de matriz africana que acompanharam o encontro dele com povos da floresta.
"Queria conversar com os povos de terreiro que estão aqui. Primeiro, o Estado brasileiro não pode ter religião. O Estado brasileiro é laico. Eu sou católico e eu acho que da mesma forma que o Estado não pode ter religião, a igreja não pode ter partido", afirmou, acrescentando que, caso seja eleito, todas as religiões serão respeitadas e as pessoas terão liberdade para professar sua fé.
Religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, são muitas vezes alvo de discriminação e preconceito de parte das lideranças evangélicas neopentecostais.
Recentemente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é evangélica, compartilhou em suas redes sociais publicação acompanhada de vídeos de encontro de Lula com representantes de religiões de matriz africana e da afirmação que o petista "já entregou sua alma para vencer a eleição".
DEFESA DAS ARMAS
No discurso em Esteio, Bolsonaro também comemorou o aumento no número de pessoas cadastradas como CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) e, mais uma vez, defendeu armar a população.
"Arma de fogo, mais que a segurança familiar, a certeza que essa pátria jamais será escravizada", disse Bolsonaro.
Apesar da insistência de Bolsonaro em defender o acesso a armas de fogo, pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta semana mostrou que a maioria da população tem medo de ter pessoas armadas por perto e não acredita que o acesso às armas aumentou a segurança.
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