Dólar passa a subir ante real com expectativa por conferência de BCs em Jackson Hole
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar devolveu perdas iniciais e passava a subir frente ao real nesta quinta-feira, acompanhando desaceleração da queda da divisa norte-americana no exterior conforme investidores aguardavam sinalizações de um encontro de banqueiros centrais organizado pelo Federal Reserve.
Às 10:09 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,39%, a 5,1307 reais na venda, ganhando fôlego depois de mais cedo ter chegado a cair 0,49%, a 5,08575 reais. Na véspera, a moeda norte-americana spot teve alta de 0,23%, a 5,1106 reais na venda.
Na B3, às 10:09 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,29%, a 5,1390 reais.
Os menores patamares do dia foram atingidos em linha com perdas do índice do dólar frente a uma cesta de rivais fortes, mas, conforme a moeda norte-americana se afastava de suas mínimas no exterior, o dólar negociado no mercado doméstico também recuperava terreno. Às 09h50 (de Brasília), o índice da divisa dos EUA caía 0,07%.
Pares latino-americanos do real, como pesos mexicano, chileno e colombiano, também tinham perdas frente ao dólar nesta quinta-feira. Nos mercados emergentes mais amplos, no entanto, o desempenho das moedas era misto, com dólar australiano e rand sul-africano operando em terreno positivo.
O foco de investidores estava no simpósio anual de Jackson Hole, um encontro de banqueiros centrais organizado pelo Federal Reserve, cujo chair fará discurso no evento na sexta-feira. As falas de Jerome Powell e de outras autoridades serão avaliadas em busca de sinais sobre os próximos passos da política monetária nos Estados Unidos, disseram estrategistas da Travelex, ressaltando que a expectativa pelas indicações da conferência pode elevar a volatilidade nos mercados.
A maior parte dos investidores espera que o Fed reforce uma mensagem dura no combate à inflação em Jackson Hole, apesar de dados referentes a julho terem mostrado inalteração dos preços ao consumidor dos EUA, um alívio em relação à disparada de 1,3% de junho.
"A questão a ser respondida agora é como o Fed vê essa desaceleração (da inflação)", disse a Levante Investimentos em relatório. "Se a percepção do banco central americano for de que é apenas uma queda pontual, isso vai significar uma continuidade da elevação dos juros e do aperto na política monetária."
Dados desta quinta-feira mostraram que a economia dos Estados Unidos contraiu a um ritmo mais moderado do que inicialmente se pensava no segundo trimestre, apoiada pelos gastos dos consumidores. Essa resiliência pode se somar à lista de argumentos a favor de manutenção de uma postura de política monetária agressiva por parte do Fed.
Num geral, quanto mais sobem os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar.
No Brasil, participantes do mercado continuavam monitorando o noticiário eleitoral, e devem ficar atentos à participação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, em sabatina no Jornal Nacional na noite desta quinta-feira.
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