Governo melhora projeção do PIB em 2022 para 2%, mas vê inflação maior em 2023
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia melhorou nesta quinta-feira a projeção oficial para o desempenho da atividade econômica em 2022, em visão mais otimista do que a observada no mercado, mas passou a ver aceleração da inflação em 2023.
Pela nova previsão, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,0% neste ano, contra 1,5% estimado em maio --informação antecipada pela Reuters na terça-feira. Para 2023, a pasta manteve a perspectiva de crescimento de 2,5%.
Em relação à inflação medida pelo IPCA, a previsão da equipe econômica caiu para 7,2% em 2022, contra 7,9% da projeção feita em maio. No entanto, para 2023, o patamar saltou de 3,6% para 4,5%, próximo ao teto da meta para o ano.
A maior parte das medidas adotadas pelo governo neste ano eleitoral, com cortes de tributos sobre combustíveis e benefícios sociais turbinados, tem validade apenas até dezembro.
Analistas têm avaliado que o pacote tem potencial para reduzir a inflação neste ano, especialmente com a derrubada de preços de combustíveis, mas tende a aumentar preços no ano que vem com a retomada da tributação e os riscos fiscais gerados pelos gastos por fora do teto.
O centro da meta de inflação é de 3,5% neste ano e 3,25% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
A projeção do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que é usado para corrigir o salário mínimo e outras despesas do governo, ficou em 7,41% para este ano, contra 8,1% antes. Em 2023, a estimativa foi de 3,7% para 4,86%.
As previsões serão usadas como base para os cálculos do relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado na próxima semana, que avalia o cumprimento da meta fiscal e do teto de gastos.
A melhora na projeção para a atividade este ano tem sido feita também pelo mercado. Segundo o boletim Focus mais recente, que coleta as projeções de analistas para indicadores econômicos, o PIB brasileiro deve crescer 1,59% neste ano. A estimativa na semana anterior estava em 1,51%, enquanto a do início do ano havia ficado em 0,3%.
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