Dólar perde terreno após superar R$5,27; exterior ameno divide foco com receios fiscais
O dólar perdeu força depois de superar os 5,27 reais nos picos da sessão e caía acentuadamente contra a moeda brasileira, acompanhando movimento visto no exterior e refletindo disparada do preço de várias commodities, embora temores político-fiscais domésticos continuassem no radar.
Às 13:19 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,84%, a 5,2077 reais na venda.
Na B3, às 13:19 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,72%, a 5,2160 reais.
A divisa norte-americana havia chegou a avançar 0,46% na máxima do pregão, a 5,2760 reais, antes de arrefecer e ceder 0,93% na mínima, a 5,2027 reais.
O pico do dia foi alcançado num movimento agudo de proteção diante de riscos políticos e fiscais domésticos, mas isso não se sustentou por conta de um ambiente internacional positivo, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
No exterior, o dólar acelerou perdas contra uma cesta de moedas fortes após a divulgação de dados robustos sobre a economia norte-americana.
Embora ainda tivesse ganhos frente a várias moedas consideradas arriscadas, como a australiana, a mexicana e a sul-africana, o dólar estava bem distante das máximas do pregão contra esses pares, refletindo também uma disparada no preço de commodities como petróleo e minério de ferro.
No Brasil, receios fiscais locais ganharam força desde que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), relator da chamada PEC dos Combustíveis, afirmou que o texto vai incluir na Constituição federal um aumento de 200 reais no valor do Auxílio Brasil, reajuste do auxílio-gás em torno de 70 reais e a criação de um "voucher caminhoneiro" de 1.000 reais.
Estas são propostas que sugerem aumento do gasto público no curto prazo e possível rompimento do teto de gastos, alertaram em relatório analistas da Genial Investimentos.
Na semana passada, o dólar fechou no maior patamar desde fevereiro, reduzindo suas perdas no ano contra o real para cerca de 6% e ficando quase 14% acima da mínima para encerramento deste ano, de 4,6075 reais, atingida no início de abril após um primeiro trimestre brilhante para a moeda brasileira.
Bergallo, da FB, prevê volatilidade para as negociações cambiais desta semana devido à aproximação da formação da Ptax do fim de junho. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo banco central que serve como referência para algumas operações financeiras. Ao final de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.
(Por Luana Maria Benedito)
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