Consumidor se beneficia de defasagem de preço da Petrobras, diz Vibra
SÃO PAULO (Reuters) - No mercado de combustíveis no Brasil, no qual as distribuidoras têm a Petrobras como grande fornecedora, os descontos de preços de derivados da estatal em relação aos valores internacionais são repassados aos consumidores nas bombas, disse o diretor financeiro da Vibra Energia, maior companhia de distribuição do país.
Em teleconferência dos resultados do primeiro trimestre, André Natal destacou que em um cenário de restrição da oferta global e alta nos valores internacionais "todos os players estão comprando tudo o que podem da Petrobras", que tem vendido os derivados com descontos ante os valores globais de 15% ou 20%.
"Então, quando todo mundo tem acesso a isso, este desconto vai para o consumidor, ele não fica no bolso de ninguém", disse ele, indicando que distribuidores não se apropriam desses valores em um mercado disputado.
A defasagem do preço da gasolina da Petrobras em relação aos valores internacionais está em cerca de 23%, enquanto no diesel, apesar do reajuste da semana passada, encontra-se em pouco mais de 10%, segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
A Petrobras afirma que trabalha com preços na paridade de importação, mas que não repassa imediatamente a volatilidade do mercado do petróleo.
A Vibra, maior importadora de combustíveis do Brasil, uma vez que a Petrobras não consegue fornecer toda a demanda dos clientes da distribuidora e de outras, está bem posicionada, disse Natal, uma vez que alguns players que atuam no Brasil estão afastados da importação devido às condições difíceis do mercado.
A conjuntura ressalta a importância de a Petrobras trabalhar com preços próximos da paridade de importação, uma vez que uma situação de desconto desestimula outros players menores a participar do abastecimento do mercado.
A própria Petrobras, ao ter questionada sua política de preços por autoridades, afirma a importância de preços alinhados ao exterior para ajudar no abastecimento local.
O diretor da Vibra disse ainda que a companhia, que importa o equivalente a cerca de 20% de suas vendas de combustíveis, tem sentido uma demanda acima do esperado pelos seus produtos.
(Por Roberto Samora)
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