Ata do Fed anuncia corte de 60 bilhões de dólares em Treasuries

Publicado em 06/04/2022 20:36

(Reuters) -Autoridades do Federal Reserve "concordaram no geral", no mês passado, em cortar 60 bilhões de dólares por mês das participações do banco central dos Estados Unidos em Treasuries e 35 bilhões de dólares de sua carteira em títulos lastreados em hipotecas (MBS) ao longo inicialmente de um período de três meses "ou ligeiramente maior", de acordo com a ata da reunião de política monetária de 15 a 16 de março.

Os participantes do encontro também "concordaram no geral" que, após a redução do balanço estar "bem encaminhada", seria apropriado considerar vendas diretas de MBS, de acordo com a ata divulgada nesta quarta-feira.

Se deixado para encolher passivamente --apenas quando os pagamentos das hipotecas fossem feitos--, o declínio mensal no estoque desses títulos provavelmente "correria sob o teto mensal proposto" e eles permaneceriam como "uma parcela considerável dos ativos do Federal Reserve por muitos anos".

O Fed iniciou um enorme programa de compra de títulos na primavera norte-americana de 2020 para ajudar a atenuar o impacto econômico da pandemia de coronavírus, o que aumentou seu balanço. Atualmente, o banco central detém cerca de 8,5 trilhões de dólares em Treasuries e MBS.

Nenhuma decisão final sobre a redução da carteira foi tomada na reunião de política monetária de 15 e 16 de março, segundo o documento, mas as autoridades fizeram "progressos substanciais" e podem "começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial após a conclusão" da reunião de política monetária de 3 e 4 de maio.

Os rendimentos dos Treasuries operavam nesta tarde em patamares acima dos vistos antes da divulgação da ata, e a taxa de dez anos estava em 2,6069%. O dólar avançou para seu pico desde maio de 2020 contra uma cesta de moedas , enquanto os principais índices de ações dos EUA reduziram brevemente as perdas antes de continuarem a cair.

"Acho que não há nada material que possa gerar uma mudança no sentimento, ao contrário de ontem, quando houve uma mudança real e que acho que realmente assustou investidores", disse Alan Lancz, presidente da Alan B. Lancz and Associates em Toledo, Ohio, referindo-se a comentários feitos pela diretora do Fed Lael Brainard na terça-feira.

Brainard disse em conferência do Fed de Minneapolis que espera uma combinação de aumentos na taxa de juros e um rápido enxugamento do balanço para levar a política monetária dos EUA a uma "posição mais neutra" neste ano, com mais aperto monetário, conforme necessário.

ELEVAÇÕES MAIORES

A ata mostrou um Fed que navega em um cenário complexo, com o enorme salto nos casos de coronavírus deixando apenas uma "marca leve e breve" na economia, mas a guerra na Ucrânia fazendo com que alguns formuladores de política monetária se afastassem do que prefeririam ser um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros em março.

O banco central elevou sua taxa de juros de um dia em apenas 0,25 ponto percentual na reunião do mês passado, mas a ata pareceu preparar o terreno para a chegada de altas maiores da taxa de juros.

"Muitos participantes destacaram que um ou mais aumentos de 50 pontos-base na faixa-meta de juros podem ser apropriados em reuniões futuras, principalmente se as pressões inflacionárias permanecerem elevadas ou intensificadas", afirmou o documento.

A inflação, pela medida preferencial do Fed, está em cerca de três vezes a meta de 2% do banco central.

(Publicado por Notícias Agrícolas  //  Fonte: Reuters)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • QUINCAS BERRO D'ÁGUA Rondonopolis - MT

    Nós vivemos tempos absurdos, ou no mínimo um tempo em que as noticias são absurdamente mentirosas, o FED não comprou ações no mercado a vista americano para atenuar a crise do Corona, o FED comprou ações para enriquecer ainda mais as grandes empresas listadas em bolsa, com um agravante, membros do FED que decidiam quais ações e que volume de dinheiro seria injetado nelas via mercado financeiro, também compravam essas ações. Esse é o exemplo mais clássico em minha opinião de um negócio chamado FASCISMO. Colocaram toda essa divida em cima do trabalhador médio norte americano que agora está pagando a conta via inflação.

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