Lula defende fim do imposto sindical obrigatório; Partidos aliados a Bolsonaro crescem com janela partidária

Publicado em 04/04/2022 20:41

Lula defende fim do imposto sindical obrigatório

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que é contra a volta do imposto sindical, que era descontado obrigatoriamente da folha dos trabalhadores, e cobrou que a Central Única dos Trabalhadores defenda o mesmo.

"A coisa mais grave, não para o trabalhador, mas para nós foi eles terem acabado com as finanças dos sindicatos. O que eu disse é que eu não quero mais imposto sindical. E é importante os dirigentes da CUT saberem que nós queremos a CUT contra o imposto sindical, é importante a gente ter claro isso", defendeu Lula em um encontro com os dirigentes da Central.

O imposto sindical --o desconto de um dia de trabalho por ano feito dos trabalhadores-- foi encerrado em 2017, durante a aprovação da reforma trabalhista. O imposto representava uma fatia importante do orçamento da maior parte dos sindicatos.

A legislação passou a permitir que o imposto seja cobrado apenas com autorização expressa do trabalhador. Além disso, as assembleias podem prever a decisão sobre uma contribuição dos sindicalizados, mas não existe legislação que obrigue o recolhimento.

Lula defendeu que exista uma lei que preveja a autonomia das assembleias para decidir sobre a contribuição e a cobrança do valor dos trabalhadores filiados.

"A gente não precisa de imposto sindical. O que a gente quer é que seja determinado por lei que os trabalhadores e a assembleia livre e soberana decidam qual é a contribuição dos filiados dos sindicatos. E as centrais sindicais e a assembleia livre e soberana decidem qual é a contribuição do sindicato para as entidades. E se alguém tentar fazer mutreta nós mesmos temos que denunciar", disse Lula.

Partidos aliados a Bolsonaro crescem com janela partidária e melhoram estrutura potencial para campanha

BRASÍLIA (Reuters) - O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, teve um forte crescimento no número de deputados federais na janela partidária encerrada na semana passada, o que, junto com a expansão de outros partidos aliados, aumenta a estrutura potencial para a campanha à reeleição, mas isso deve mudar pouco na prática o foco das votações no Congresso nos próximos meses.

Dados compilados pela Câmara dos Deputados até às 17h30 desta segunda-feira apontam que a bancada do PL subiu de 33 na eleição de 2018 --quando ainda se chamava PR-- para 73 com a janela.

O PP, do ministro da Casa Civil e presidente licenciado da legenda, Ciro Nogueira, foi de 38 nas eleições passadas para 49 deputados federais. O partido também tem como expoente o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).

O Republicanos, outra bancada alinhada ao governo, cresceu de 30 deputados federais no pleito de 2018 para 45 após o troca-troca partidário.

Ou seja, essa trinca de partidos subiu de 101 deputados para 167 --praticamente um terço da Câmara, que tem 513 deputados. Esses números ainda não são definitivos porque a efetivação das trocas ainda está sendo formalizada pelas agremiações partidárias.

"A movimentação deixou o partido do presidente e a base aliada muito fortalecida", comemorou uma fonte aliada ao governo.

De maneira geral, essas mudanças decorrem de parlamentares que estavam em outras legendas e já votavam com o governo. Há ainda aqueles que buscaram se alinhar --às vésperas das eleições-- a partidos aliados ao Executivo Federal, mesmo que regionalmente não apoiem Bolsonaro.

De qualquer modo, o crescimento do PL e aliados aumenta a estrutura potencial para a campanha de reeleição do presidente, já que os deputados federais ajudam a dar capilaridade para o candidato presidencial, ao mesmo tempo que procuram se beneficiar de estar alinhados com candidatos competitivos.

Bolsonaro tem aparecido em segundo lugar nas pesquisas eleitorais e o benefício maior ou menor do presidente dessa base formal maior vai depender também do seu desempenho nas sondagens nos próximos meses.

Já em relação às votações na Câmara, uma base formalmente maior não deve modificar a dinâmica, uma vez que o governo já vinha obtendo maioria nos projetos de seu interesse. Por outro lado, em um ano eleitoral, os deputados não devem se arriscar por temas muito polêmicos que possam irritar o eleitorado.

OUTROS LADOS

Os partidos de esquerda ou do chamado campo progressista que devem se alinhar na campanha ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas, encolheram no mesmo período. Exceto o PT, que passou de 54 para 56 deputados federais, os demais partidos diminuíram suas bancadas: PSB caiu de 32 para 25; PV de quatro para três; PSOL de 10 para nove; e o PCdoB de nove para sete.

Ao todo, esses partidos elegeram 111 deputados e, após a janela, ficaram com 100 representantes na Câmara.

Outras legendas também registraram mudanças em seus quadros. O União Brasil, que nasceu da fusão do PSL --legenda pela qual Bolsonaro se elegeu em 2018-- com o DEM ficou com 47 deputados federais após a janela. Nas eleições passadas, o PSL sozinho elegeu 52 deputados federais, embalados pela onda bolsonarista, e o DEM outros 29.

O União Brasil foi o partido ao qual o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro filiou-se na reta final da janela partidária após deixar o Podemos. Moro tem dado sinais de que ainda pretende concorrer ao Palácio do Planalto em outubro, mas a nova legenda --que tem mais estrutura partidária e recursos que o Podemos-- não lhe deu garantias para a candidatura.

O PDT, partido de Ciro Gomes, outro pré-candidato ao Planalto, reduziu sua bancada de 28 deputados nas eleições passadas para 20 com o fim do prazo da janela partidária.

O PSDB, do pré-candidato João Doria, praticamente se manteve do mesmo tamanho, de 29 deputados federais nas eleições para 28 após o troca-troca.

(Notícias Agrícolas  //  Fonte: Reuters)

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Elvio Zanini Sinop - MT

    Agora O PT; está reconhecendo os erros do passado; tenta diminuir a culpabilidade das tributações salariais. Mas, já é tardia a Intenção . Lição: quem trabalha tem que receber o que merece.

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Com as recentes trocas os Partidos Aliados a Bolsonaro alcançam um total de 357 deputados (parte da noticia)

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