Ibovespa recua 1% sem alívio em problemas domésticos
O Ibovespa mantinha o viés negativo nesta quarta-feira, trabalhando abaixo dos 115 mil pontos, sem uma alívio efetivo no repertório de problemas no Brasil e tendo no radar vencimento de opções sobre ações no final da semana.
Às 11:56, o Ibovespa caía 1,01 %, a 115.007,74 pontos. O volume financeiro somava 8,2 bilhões de reais.
As atenções, na visão do BTG Pactual, continuam voltadas para o andamento das reformas a fim de consolidar um alivio político local, com destaque para as negociações sobre o teto de gasto e o desfecho envolvendo a questão dos precatórios.
Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou a necessidade compreensão e ajuda para o governo resolver o problema dos precatórios, expressando confiança de que isso será feito em conjunto com o Legislativo e Judiciário.
No entanto, agentes financeiros continuam enxergando a situação envolvendo a questão "emperrada", e receosos com um avanço no curto prazo, principalmente após reveses do governo em decisões recentes no Congresso.
Estrategistas do Itaú BBA cortaram o preço-alvo para o Ibovespa de 152 mil para 120 mil pontos, citando deterioração na perspectiva macroeconômica do país, bem como aumento de riscos fiscais e um cenário hídrico desafiador.
Mais cedo o Banco Central divulgou que o IBC-Br cresceu acima do esperado em julho, mas a notícia não animou, principalmente em meio a cortes recentes nas projeções para a expansão da economia do país em 2021 e 2022.
O BTG Pactual também chamou a atenção para movimentos alternados entre altas e baixas produzidas por blue chips, que representam posições relevantes no vencimento de opções sobre ações que acontece na sexta-feira.
"Percebemos sinais de cautela dos investidores, mantendo suas posições sem novos aportes. A volatilidade sempre é muito maior com a aproximação dos vencimentos", afirma email a clientes da área de gestão do banco.
Nesta quarta-feira, o pregão é marcado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Em Wall Street, o S&P 500 avançava 0,1%, com papéis dos setores de energia e financeiro recuperando algumas de suas perdas, em movimento atenuado pela desaceleração da retomada econômica e incertezas sobre uma taxação maior de empresas.
DESTAQUES
- MÉLIUZ ON caía 8,8%, após quatro altas seguidas, período em que acumulou valorização de mais de 48%. Além disso, o Itaú BBA excluiu os papéis de sua "Buy List", após forte alta das ações desde que entrara na carteira, avaliando que o momentum dos resultados no curto prazo será fraco.
- BANCO INTER UNIT perdia 4%, também sofrendo ajustes após duas sessões de valorização consecutivas, em que acumulou elevação de quase 10%, em pregão majoritariamente negativo para bancos, com ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN cedendo cerca de 1% cada.
- VALE ON mostrava decréscimo 0,5%, em meio a novo tombo dos futuros do minério de ferro na China para o uma mínima em nove meses. No setor, CSN ON subia 1%, enquanto GERDAU PN tinha elevação de 0,15% e USIMINAS PNA perdia 0,4%.
- BRADESPAR PN disparava 7,2%, após aprovar bonificação em ações, bem como distribuição de ações da Vale a seus acionistas - o que deve ser aprovado em assembleia em 15 de outubro - e desdobramento de ações. Analistas avaliam que o movimento deve reduzir o desconto de holding.
- GOL PN avançava 3,5%, com analistas avaliando positivamente o efeito na liquidez da companhia aérea de acordo de codeshare exclusivo com a American Airlines válido por três anos, em que receberá um investimento em ações de 200 milhões de dólares (1,05 bilhão de reais).
- PETROBRAS PN subia 1,2%, endossada pela alta dos preços do petróleo no exterior, além de avaliações positivas sobre a participação do CEO da companhia em comissão na Câmara dos Deputados na véspera. No setor, PETRORIO ON registrava acréscimo de 3,7%.
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