Ausência de progresso fiscal vai limitar alívio do câmbio a R$5,30, R$5,35, avalia Rio Bravo
O real terá recuperação com o ciclo de alta de juros iniciado pelo Banco Central nesta semana, mas a melhora estancará com a moeda entre 5,30 reais, 5,35 reais, já que o câmbio sentirá os efeitos de ausência de progresso na agenda reformista, disse João Leal, economista da gestora Rio Bravo.
Para ele, a PEC Emergencial --que cria dispositivos para limites de gastos-- foi a última medida importante a ser aprovada por este governo no sentido de dar amparo às contas públicas.
"Houve tentativas do próprio Executivo de desidratar a medida. Isso reduz espaço para a possibilidade de aprovação de pautas mais importantes, como as reformas administrativa e tributária", disse Leal, prevendo que haverá uma "desidratação grande" na reforma administrativa.
Outro ponto negativo para o cenário fiscal é a antecipação do debate sobre as eleições presidenciais de 2022. "Em setembro, outubro a discussão eleitoral vai estar bastante intensa. Isso vai contribuir para manter o câmbio (dólar) mais alto."
Desde a máxima recente acima de 5,79 reais (de 9 de março), o dólar cai 5,4%. As previsões do economista da Rio Bravo embutem baixa adicional da moeda entre 2,3% e 3,2%.
"Não deve haver grande melhora na situação fiscal do país até o fim do ano", finalizou Leal.
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