Dólar opera sem viés claro ante real com foco em alta nos bons dos títulos
O dólar oscilava entre altas e baixas contra o real nesta sexta-feira, operando sem rumo claro em dia de formação da Ptax de fim de mês, e caminhando para fechar a semana em forte alta à medida que os investidores acompanhadovam a cautela global diante dos saltos nos adequados dos títulos sóbrios.
Às 10:39, o dólar recuava 0,12%, a 5,5028 reais na venda, depois de ter chegado a saltar a 5,5463 reais no máximo do dia. Uma briga entre comprados e vendidos em dia de formação da Ptax de fim de mês era apontada como fator de atenção nesta sexta-feira, com possibilidade de volatilidade.
O principal contrato de dólar futuro caía 0,43%, a 5.508 reais.
No exterior, o do dólar era impulsionado pelo alto índice dos títulos do governo, especialmente dos títulos do Tesouro.
Como taxas dos títulos norte-americanos de dez anos foram a novas máximas na quinta-feira, após apresentarem trajetória de alta por boa parte da semana, o que levou à precifição por parte de operadores de um aperto monetário mais cedo do que a sinalização do Federal Reserve e outros bancos centrais.
"A escalada da curva dos juros nos Estados Unidos é consequência da combinação entre a perspectiva de expansão fiscal e o progresso na vacinação contra a Covid-19, reforçada como chances de recrudescimento do processo inflacionário no país", explicou em nota Ricardo Gomes da Silva , superintendente da Correparti Corretora
"Ontem o rendimento da T-Note de dez anos ultrapassou a marca de 1,5%, no maior nível em um ano, o que justifica a valorização do dólar em relação às moedas fortes e principalmente perante moedas dos países exportadores de commodities . "
Nesta manhã, peso mexicano, peso chileno, lira turca e dólar australiano, divisas consideradas arriscadas, operavam com quedas expressivas frente à moeda dos Estados Unidos.
Enquanto isso, no Brasil, um cenário repleto de incertezas políticas e fiscais colaborava para deixar o dólar no caminho de alta semanal de cerca de 2,3%.
Diante de resistências a medidas de ajuste fiscal e à desvinculação de receitas da saúde e da educação, a leitura do parecer do PEC Emergencial - que abre o caminho para o benefício de auxílio emergencial à população - ocorrerá apenas na próxima terça-feira, depois de ter sido agendada para a última quinta-feira.
A notícia vem num momento de desconforto dos mercados com a saúde das contas públicas, em meio a temores de que a ajuda financeira para os mais vulneráveis não seja acompanhada de cortes de gastos. O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira que o auxílio emergencial deve retornar, sem valor de 250 reais, a partir de março e com vigência de quatro meses.
Enquanto isso, ao fim de uma semana que foi protagonizada pela Petrobras após Bolsonaro decidir trocar o atual CEO, Roberto Castello Branco, pelo General Joaquim Silva e Luna, os operadores ficavam atentos a sinais de intervenção do governo nas empresas estatais.
Na quinta-feira, Bolsonaro disse que todas as empresas devem cumprir uma função social e é inadmissível um presidente de uma dessas sociedades que não tenha essa compreensão. Vários analistas entendream que sua fala está relacionado aos preços dos acordos, depois que a Petrobras efetuou na sexta-feira passada uma alta de 15% sem diesel, contrariando interesses da cúpula do governo.
"O receio com a intervenção do governo na Petrobras e a falta de avanços concretos com a PEC Emergencial mantêm o investidor extremamente desconfortável entrando na última sessão da semana", disse em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.
O dólar spot fechou o último pregão em alta de 1,62%, a 5,5096 reais na venda.
Nesta sexta-feira, o Banco Central fará o leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em junho e outubro de 2021.
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