Dólar vira e passa a cair com alívio externo e movimentação pró-reformas no Brasil
O dólar virou e passou a cair ante o real nesta terça-feira, influenciado tanto pela melhora de sinal nos ativos externos quando por indicações de debates sobre reformas no Brasil, um dia depois do choque nos mercados por receios de uma guinada do governo a uma direção mais populista.
O dólar à vista caía 0,52%, para 5,4263 reais na venda, chegando a perder 0,85% depois de subir 0,55% --alta marcada pouco antes de meio-dia, horário em que Jerome Powell, chair do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), iniciou depoimento ao Comitê Bancário do Senado dos EUA.
Após as declarações iniciais de Powell, os yields dos Treasuries perderam força, reduzindo o diferencial de juros a favor do dólar --tirando atratividade da moeda norte-americana e, por tabela, aumentando o interesse por ativos mais arriscados, como moedas emergentes e ações.
Veja gráfico intradiário da taxa de câmbio dólar/real e do índice do dólar frente a uma cesta com seis moedas de países desenvolvidos:
Mas o alívio no câmbio também se deu com o noticiário doméstico, em meio a declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre defesa do teto de gastos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou participação em evento virtual para se reunir com Lira.
"Lira falou muito bem. Parecia até o Paulo Guedes, só que político", disse um gestor.
O mercado vem de uma sessão de forte pressão, depois de declarações do presidente Jair Bolsonaro e sua decisão de trocar o comando da Petrobras alimentarem rumores sobre uma guinada na política econômica e temores sobre como Guedes --ainda visto como fiador da agenda de reformas econômicas e de equilíbrio fiscal-- reagiria às mudanças.
Em resposta ao um apoiador, Bolsonaro disse nesta terça que "tem muita coisa errada" na Petrobras e que o indicado para ser o novo presidente da estatal, o general reformado Joaquim Silva e Luna, irá "dar uma arrumada" na empresa.
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