Dólar avança em sessão volátil e caminha para fechar janeiro em forte alta
O dólar passou a subir com força contra o real nesta sexta-feira, em sessão que deve contar com volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês, caminhando para fechar janeiro em alta de quase 6% em meio a incertezas domésticas e um fortalecimento recente da divisa norte-americana no exterior.
Às 10:29, o dólar avançava 1,08%, a 5,4950 reais na venda. O principal contrato de dólar futuro subia 0,84%, a 5.487 reais.
Vários destacavam nesta manhã uma formação da Ptax de fim de mês, com uma briga entre comprados e vendidos elevando a volatilidade nos mercados à medida que os investidores ajustam suas posições. Em apenas cerca de uma hora de cor, o dólar à vista para tocar 5.4222 reais na venda na mínima do dia e 5.5070 no máximo.
Enquanto isso, no cenário internacional, uma atenção passava para a disseminação do coronavírus e o ritmo de imunização da população, com os investidores ansiosos pela superação da doença de forma a permitir uma retomada econômica.
"(A) cautela predomina e mercados operam sem direção única nesta sexta-feira. A aversão ao risco ganha força, diante de incertezas com o ritmo de vacinação contra Covid-19", disseram analistas do Bradesco em nota.
Além disso, "o mercado está aguardando dados econômicos importantes dos Estados Unidos, então os investidores estão em compasso de espera", explicou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, destacando também que Wall Street será acompanhadoda de perto.
O mercado de ações norte-americano, já aparentando estar sobrevalorizado depois de um rali liderado por estímulos no ano passado, foi sacudido esta semana por ganhos acentuados em ações extremamente vendidas, o que acabou elevando a procura pelo dólar e outros ativos seguros nos últimos dias . [.NPT]
Nesta manhã, o índice da moeda norte-americana contra uma cesta de rivais escolha pausa para respirar, cedendo cerca de 0,1%, mas caminhava para fechar a semana em alta.
Contra o real, no acumulado da semana, o dólar caminhava para registrar apenas leve alta. Segundo Rostagno, falas recentes de autoridades do governo contra a renovação do auxílio emergencial em resposta à Covid-19 forneceram algum apoio à moeda brasileira, aliviando momentaneamente os temores persistentes dos mercados em relação à saúde das contas públicas.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na quinta-feira que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas.
Enquanto isso, os "candidatos do governo às presidências da Câmara e do Senado ganharam força nesta última semana, o que reduziria o risco de impeachment e permitiria que Bolsonaro usasse seu capital político para negociar uma agenda de reformas", opinou.
Ainda assim, no acumulado do mês, o dólar deve registrar disparada de quase 6%, após fechar o último pregão de 2020 em 5,1915 reais na venda. Entre os fatores que elevaram a venda do real, analistas têm citado a forte disseminação da Covid-19 no Brasil, principalmente diante de um programa de vacinação que deixa a desejar.
Além disso, apesar das tranqüilizações por parte do governo e garantias de que o teto de custos será respeitado em 2021, a pauta fiscal segue preocupando os operadores.
Na véspera, o dólar spot teve alta de 0,62%, a 5.4365 reais na venda.
O Banco Central anunciou para esta sexta-feira leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em maio e setembro de 2021.
A autarquia também fez leilão de venda conjugado com leilão de compra de moeda estrangeira no mercado interbancário de câmbio para fins de rolagem do vencimento de fevereiro de 2021, vendendo 550 milhões de dólares.
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