Ernesto Araújo diz que Brasil "tem tudo para ter boa relação" com governo Biden

Publicado em 22/01/2021 08:16 e atualizado em 22/01/2021 10:38

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil "tem tudo para ter uma boa relação" com o governo do presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Joe Biden, e citou que os dois países têm muito em comum, como atuação nas áreas de segurança e na defesa da democracia.

Em transmissão pelas redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro, Araújo disse que há interesses de ambos os lados, citando, por exemplo, o empresariado. Destacou ainda que pretende trabalhar junto com os EUA na questão do meio ambiente.

Entretanto, o chanceler disse que há um problema porque o Brasil tem que ser visto pelo que é, e não pelas "distorções" que são publicadas pela imprensa, segundo ele.

Durante a corrida à Casa Branca no ano passado, o democrata Biden criticou a política para o meio ambiente do governo Bolsonaro, que era entusiasta na época da reeleição do então presidente dos EUA, o republicano Donald Trump.

Bolsonaro foi um dos chefes de Executivo que mais relutou em cumprimentar Biden pela vitória nas eleições presidenciais dos EUA, realizadas em novembro passado, e chegou a reafirmar repetidas vezes as alegações de Trump, sem evidências, de que teria havido fraude nas eleições dos Estados Unidos.

Na véspera, no entanto, Bolsonaro enviou uma carta a Biden defendendo que os dois países têm interesse em um "abrangente acordo de livre comércio" que gere mais empregos e investimentos e aumente a competitividade global de suas empresas.

Ernesto Araújo também disse na transmissão que o novo governo dos EUA reconheceu o líder de oposição Juan Guiadó como presidente legítimo da Venezuela. Essa é a mesma posição do governo brasileiro.

O chanceler destacou que a situação da Venezuela não pode ser aceita e que busca articular medidas para se chegar a soluções no país vizinho, que enfrenta uma grave crise econômica durante o governo do presidente Nicolás Maduro.

Bolsonaro nega estremecimento com China e diz que insumos enfrentam atraso burocrático

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que não há qualquer "estremecimento" nas relações do Brasil com a China e disse que o atraso para o envio de insumos chineses para a produção de vacinas contra a Covid-19 no Brasil é um problema burocrático, sem qualquer questão política.

Em transmissão pelas redes sociais ao lado do chanceler Ernesto Araújo, Bolsonaro disse ainda que o Brasil tem um "excelente" relacionamento com a Índia, em meio a negociações diplomáticas do Brasil com os dois países asiáticos para fornecimento de insumos e vacinas contra Covid-19.

Bolsonaro destacou o fato de o Brasil ter sido no ano passado o único país a ter sido convidado para a Cerimônia do Dia da República da Índia, a convite do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

"O interesse que o Modi tem no Brasil e nós temos na Índia. Um excelente relacionamento e nada mudou, nada mudou", disse.

Nesta quinta, o governo indiano decidiu liberar as exportações comerciais de vacinas contra Covid-19 e as primeiras remessas serão enviadas ao Brasil e ao Marrocos na sexta-feira.

Na transmissão, o presidente afirmou que, em relação à China, é a "mesma coisa" e exaltou os números que, segundo ele, apresentam um aumento na balança comercial entre os dois países. "Não temos nenhum estremecimento", frisou.

Bolsonaro e aliados fizeram insinuações e críticas sobre a vacina chinesa CoronaVac, que inicialmente fora preterida pelo governo para integrar o programa de imunização contra Covid-19, mas acabou sendo usada pelo país para iniciar a vacinação neste mês.

O presidente afirmou que Brasil e China precisam um do outro mutuamente, ao lembrar a questão da necessidade de segurança alimentar do país mais populoso do mundo, grande comprador de alimentos do Brasil.

"A China também precisa da gente, ou você acha que ela precisa da soja para jogar fora?", afirmou.

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Fonte:
Reuters

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