Apuração em Wisconsin e Michigan põe Biden mais perto da vitória
A apuração de votos nos Estados do Wisconsin e Michigan nesta quarta-feira, 4, abriu caminho para o democrata Joe Biden chegar mais perto da Casa Branca. Conforme analistas alertaram nas semanas anteriores à votação, alguns Estados poderiam registrar uma virada democrata no curso da apuração dos votos, quando as cédulas pelo correio fossem contabilizadas. É o que tem acontecido nos dois Estados do crucial Meio-Oeste, região que deu a Donald Trump a vitória em 2016.
Candidatos democratas costumam ter ganhos na apuração após a votação nos Estados onde a contabilização das cédulas pelo correio é feita após a contagem dos votos presenciais. Isso porque o eleitorado democrata é mais propenso a votar de maneira antecipada.
Neste ano a votação pelo correio bateu recorde em razão da pandemia, o que deu esperanças à campanha democrata ontem mesmo diante de resultados iniciais favoráveis a Trump. Até agora, Biden tem 238 delegados e Trump, 213. São necessários 270 delegados no colégio eleitoral para vencer.
Os democratas esperam que o mesmo aconteça na Pensilvânia quando os votos à distância forem contabilizados, mas o Estado pode demorar dias para concluir a divulgação. Se Biden confirmar a dianteira nos Estados onde está à frente na apuração, tem chance de vencer sem que seja necessário aguardar o resultado na Pensilvânia.
A perspectiva de que a campanha de Biden ganharia espaço conforme as cédulas de voto pelo correio fossem contabilizadas é o que tem motivado os ataques de Trump ao método de votação amplamente empregado no país. Por isso, o presidente argumenta que a contagem deve ser paralisada. Os eleitores do republicano preferem o voto presencial, o que dá a ampla vantagem no início da apuração.
"Eles estão achando votos para o Biden em todo lugar -- na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Muito ruim para o nosso país", escreveu Trump no Twitter nesta tarde. Na madrugada desta quarta-feira, ele prometeu pedir à Suprema Corte para paralisar a contagem de cédulas, argumentando que se trata de fraude da oposição para vencer, e se declarou vitorioso em Estados onde a apuração não foi encerrada, como Geórgia e Carolina do Norte.
No Wisconsin, com 97% das urnas apuradas, Biden está com 1,630,337 votos, em levantamento realizado pelo The New York Times às 13h30. O presidente Trump tinha 1,609,640 no mesmo horário e, portanto, perdia os 10 delegados do colégio eleitoral de Wisconsin. Em porcentagem, a diferença é de 49,5% a 48,8%.
Cenário semelhante ocorre no Michigan, terra natal de Barack Obama e onde Biden e o ex-presidente fizeram atos de campanha nos últimos dias. Com 92% da apuração, Biden tinha 2,573,254 votos, contra 2,541,943. A vantagem de Biden é de 49,5% a 48,9%. Michigan tem 16 delegados no colégio eleitoral.
Cautela
Para o diplomata Rubens Ricupero, que foi embaixador do Brasil nos Estados Unidos, ainda é cedo para traçar qualquer cenário antes da confirmação do resultado da Pensilvânia. "A expectativa é que Biden só ganhará se os votos que foram pelo correio mostrarem uma maioria esmagadora em seu favor".
Ricupero acrescentou que a lição da disputa de 2020 é que não houve uma reversão, como se esperava, da eleição de 2016. "Em grande parte, é um replay", compara.
Para Ricupero, as causas da divisão da sociedade americana são muito profundas e não desapareceram. "Trump não é um fenômeno passageiro e vê-se que ele tem um apoio muito sólido. Além disso, qualquer um dos dois que ganhe terá de lidar com essa radicalização e com essa polarização".
'Eles estão encontrando votos de Biden em todos os lugares', diz Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a colocar em dúvida o processo de apuração dos votos na eleição presidencial norte-americana, em que ele disputa um segundo mandato contra o candidato democrata Joe Biden. "Eles estão encontrando votos de Biden em todos os lugares - na Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. Tão ruim para o nosso país!", escreveu o republicano em sua conta oficial no Twitter.
O atual chefe da Casa Branca também declarou que "estão trabalhando duro" para "fazer desaparecer" a vantagem de 500 mil votos que ele tem na Pensilvânia.
Segundo o New York Times, com 97% dos votos apurados no Wisconsin, Biden lidera com 49,5% e Trump tem 48,8%.
No Michigan, com 92% das urnas apuradas, o democrata aparece com 49,5% e o republicano, com 48,9%.
Na Pensilvânia, Trump está na frente com 53,6% e Biden tem 45,1%, com 80% dos votos apurados.
Esses Estados divulgam resultados de forma mais lenta porque os votos por correio só começaram a ser contabilizados na terça-feira, no dia da eleição.
Biden vence Trump no Wisconsin, diz órgão eleitoral
O órgão eleitoral do Wisconsin informou nesta quarta-feira, 4, que o candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, derrotou o atual presidente, Donald Trump, no estado por uma margem de 20,6 mil votos. Com isso, o ex-vice-presidente leva todos os 10 delegados distribuídos no pleito. A campanha republicana já informou que pedirá a recontagem das cédulas.
Para vencer, são necessários 270 votos no colégio eleitoral. De acordo com levantamento da Bloomberg, Biden soma 238 delegados, ante 213 de Trump, mas a contagem ainda não inclui os números do Wisconsin. Ainda estão indefinidas as disputas em quatro estados: Michigan, Pensilvânia, Georgia e Nevada.
Leia Mais:
+ Com votos a serem contados e sem resultado claro, Trump declara vitória e Biden expressa confiança
+ Estado de Nevada paralisa apuração e diz que só voltará a contabilizar amanhã, quinta
0 comentário
Ibovespa fecha no menor patamar em 2 meses pressionado por DIs
Ações sobem após ata do Fed, com dados de inflação e balanços em foco
Biden e Netanyahu conversam, e Israel promete retaliação letal contra o Irã
Dólar sobe quase 1% e se reaproxima dos R$5,60 sob influência do exterior
Taxas futuras de juros disparam mais de 20 pontos-base em dia de alta dos yields nos EUA e IPCA no Brasil
Brasil tem fluxo cambial negativo de US$4,148 bi em setembro, diz BC