Bolsonaro diz que a Amazônia "é nossa e nós vamos desenvolvê-la"; são 20 milhões de desamparados...

Publicado em 05/09/2020 18:31 e atualizado em 06/09/2020 19:08
No Twitter, ao postar o vídeo, o presidente ainda criticou organizações não-governamentais que atuam na Amazônia. "Tomada por ONGs estrangeiras, essa região é cobiçada por muitos", escreveu.

Ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do deputado estadual (PSL-SP) Frederico D’Ávila, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (Dia da Amazônia) que o “Brasil é o país que mais preserva seu meio ambiente”.

“A Amazônia é nossa e nós vamos desenvolvê-la, afinal de contas lá existem mais de 20 milhões de brasileiros que não podem ficar desamparados. Parabéns a todos pelo dia da nossa Amazônia, Amazônia cada vez mais brasileira”, disse em vídeo divulgado nas redes sociais.

Salles afirmou que o governo “valoriza o cuidado com as pessoas da Amazônia e com o meio ambiente da Amazônia”.

“E para isso [temos] as medidas importantes que o senhor tem apoiado: a valorização das pessoas do meio ambiente, da regularização fundiária, do zoneamento econômico ecológico, a bioeconomia e o pagamento pelos serviços ambientais no Programa Floresta+.”

Assista à íntegra (1min34s):

Nessa semana, Bolsonaro comparou o trabalho de ONGs (organizações não governamentais) que atuam na Amazônia a 1 “câncer” que ele não consegue “matar”.

“Vocês sabem que ONG não tem vez comigo, não é? Boto pra quebrar com esse pessoal. Não consigo matar esse câncer chamado ONG”. Ele falou durante sua tradicional live semanal.

Na última 3ª feira (1.set), Bolsonaro participou do lançamento do programa Norte Conectado. A solenidade ocorreu no Palácio do Planalto.

O programa define ações que vão desde a construção de infraestrutura de telecomunicações em fibra óptica até a instalação de pontos de acesso à banda larga por satélite.

O vice-presidente Hamilton Mourão, entretanto, admitiu na última 6ª feira (4.set) que o governo demorou a agir contra o desmatamento na região este ano. Pela falta de pessoal nos órgãos fiscalizadores, a União tem usado militares para ajudar na contenção de queimadas e do desmatamento ilegal.

Isso fez com que a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia pedisse explicações ao governo. O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, respondeu ao pedido dizendo que ela “não conhece a Amazônia”.

Segundo Heleno, se a ministra conhecesse a região, não solicitaria informações, mas diria: “O que seria da Amazônia sem as Forças Armadas?”.

“A ministra Carmen Lúcia, do STF, acolheu ação de 1 partido político e determinou que presidente da República e o Ministro da Defesa expliquem o uso das Forças Armadas na Amazônia. Perdão, cara Ministra, se a sra. conhecesse essa área, sabe qual seria sua pergunta: ‘O que seria da Amazônia sem as Forças Armadas?’”, disse em publicação no Twitter.

A temporada do fogo em 2020 no Amazonas pode ser uma das maiores desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) iniciou o monitoramento de queimadas na Amazônia.

O governo do Estado do Amazonas diz que adota medidas para coibir a prática ilegal desde o último mês de junho, mas elas têm se mostrado ineficientes. Na comparação com 2019, 1 dos piores anos de queimadas na região, o número de focos de calor registrados em julho aumentou 33%. Em agosto, houve aumento de 19%.

Bolsonaro admite que recuperação econômica não será rápida

LOGO REUTERS

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro reconheceu neste sábado que a recuperação econômica do país não será rápida, reclamando dos que diziam que era possível deixar para cuidar da economia apenas num segundo momento em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em visita a São Paulo, Bolsonaro também criticou governadores e prefeitos que impuseram restrições de distanciamento social, inclusive com o fechamento de rodovias, segundo ele, citando "projetos nanicos de ditador".

"Aquele pessoal que dizia no passado, né, que não era eu, 'a economia recupera depois', tem que ver onde tá (sic) esses caras para botar a cabeça para fora e dizer como recupera rapidamente a economia", disse o presidente a obras na pista do aeroporto de Congonhas.

"Eu sempre falei que era vida e economia. Fui muito criticado, mas eu não posso pensar de forma imediata", acrescentou. "Esperamos que volte à normalidade o país. Não digo rápido (sic) porque não vai ter como ser rápido, mas não tão demorado assim."

A equipe econômica tem ressaltado que o país já deu início a uma recuperação firme da atividade em formato V --quando a subida acontece no mesmo ritmo da queda. Mas há dúvidas sobre a continuidade desse impulso com o fim de medidas para mitigar os efeitos da pandemia, em particular o auxílio emergencial, previsto para acabar em dezembro.

Bolsonaro voltou a reclamar que, segundo ele, não teve autoridade para adotar as medidas que queria para frear a disseminação da Covid-19 e atacou o que chamou de ditadores nanicos.

"Tiraram poder de eu resolver as questões como eu achava que devia resolvê-las", disse. "Fica uma grande experiência, como alguns me acusam de ditador, os projetos nanicos de ditador que apareceram pelo Brasil afora, não só em áreas estaduais como em algumas e municipais também."

O presidente afirmou que as pessoas não devem ter medo "da realidade", em referência à Covid-19, e voltou a dizer que é preciso enfrentá-la.

"Eu falei lá atrás que ia pegar uma grande quantidade de gente, vamos tomar cuidado dos mais idosos, os que possuem comorbidades, e vamos enfrentar", afirmou.

O presidente também reforçou as críticas a prefeitos e governadores que impuseram medidas de isolamento social.

"Alguns governadores, quero deixar claro, queriam proibir pousos Alguns governadores fecharam rodovias federais, como o Pará, por exemplo, e tiraram o poder de resolver as questões como eu achava que devia resolver. Como alguns me acusam de ditador, os projetos de ditador nanicos que apareceram no Brasil afora, não só em áreas estaduais, mas municipais também. Fica de ensinamento essa pandemia aí", afirmou.

Após aperto de critérios, 5,7 milhões devem deixar de receber auxílio emergencial

LOGO REUTERS

BRASÍLIA (Reuters) - O governo apertou os critérios de concessão para o auxílio emergencial estendido e calculou que 5,7 milhões de pessoas deixarão de ser elegíveis, conforme números apresentados pelo Ministério da Cidadania.

Em exposição de motivos sobre a Medida Provisória que institui o novo auxílio de 300 reais, a pasta informou que a primeira fase do programa, que distribuiu 600 reais mensais aos beneficiários, atingiu 67,2 milhões de brasileiros. O contingente é superior à toda população da Itália.

Nesta segunda fase, que irá até dezembro, serão 61.488.087 pessoas elegíveis, disse o ministério.

Mais cedo, o secretário especial adjunto de Fazenda do Ministério da Economia, Gustavo Guimarães, já havia destacado que o CPF está sendo usado no cruzamento de dados para concessão do auxílio, o que delimitará a base de beneficiários.

"Aconteceu realmente uma limitação", disse ele.

O custo mensal do auxílio emergencial caiu a 16,9 bilhões de reais para o período de setembro a dezembro, ante 50,8 bilhões de reais na fase anterior, que durou de abril a agosto, redução de 67%.

O programa é a iniciativa de maior vulto do governo para enfrentamento à pandemia de coronavírus. O Ministério da Economia atualizou nesta manhã seu custo total a 321,8 bilhões de reais em 2020.

Guimarães exemplificou que, agora, se a pessoa tiver posse ou propriedade de bens em 2019 acima de 300 mil reais, não receberá mais o auxílio emergencial residual.

"Outros cortes foram feitos com base no CPF, isso reduz sim a base", pontuou ele, complementando que as alterações foram feitas para atender a recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), mirando coibir fraudes.

Nesta nova etapa do auxílio, os residentes no exterior ou os que estejam presos em regime fechado não poderão receber o benefício.

Em outra frente, os rendimentos tributáveis calculados para a elegibilidade serão os relativos ao ano de 2019, e não mais de 2018. As regras relativas ao quantitativo de cotas para cada família também foram ajustadas.

Segundo a MP, o recebimento do auxílio emergencial residual será agora limitado a "duas cotas por família". Na redação da lei do auxílio de 600 reais, o recebimento do auxílio era limitado a "dois membros da mesma família".

A mãe solteira continua com direito a receber duas cotas. Na prática, caso outra pessoa elegível ao benefício seja da mesma família, ela deixará de poder receber, uma vez que o critério de duas cotas por família já terá sido satisfeito.

Guimarães também disse que quem está no cadastro do Bolsa Família voltará a receber o que tem direito pelo programa. Caso esse valor seja menor que 300 reais, apenas a diferença é que será paga via auxílio emergencial.

Nos cinco meses iniciais do programa, os beneficiários deixavam de receber o Bolsa Família e recebiam 100% do auxílio emergencial.

O Ministério da Cidadania calculou a necessidade de 79,1 bilhões de reais para a nova fase do auxílio. O impacto orçamentário será menor --67,6 bilhões de reais-- porque parte da despesa será coberta com crédito ordinário do Bolsa Família.

Mercado dá pausa após quedas recentes do dólar, de olho em Brasília

LOGO REUTERS

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado de câmbio doméstico deu uma pausa depois de três quedas seguidas do dólar, e a moeda norte-americana fechou esta sexta-feira em leve alta, com ajuste técnico amparado por mais um dia negativo no exterior e por alguns ruídos políticos em Brasília.

Os feriados de 7 de Setembro no Brasil e do Dia do Trabalhador nos EUA, ambos na próxima segunda-feira, também estimularam alguma posição mais defensiva.

Ainda assim, o dólar completou a segunda semana consecutiva de baixa, sequência não vista em três meses.

O dólar à vista subiu 0,33% nesta sexta, a 5,3081 reais na venda. A cotação até chegou a esboçar um quarto dia de baixas ao cair 0,81% na mínima, a 5,2475 reais, ainda na primeira hora de negócios. Desde então, porém, tomou fôlego, chegando a subir 0,73% na máxima, a 5,329 reais.

Na semana, a moeda ainda caiu 1,99%. A cotação perde 3,15% em setembro, mas dispara 32,28% em 2020.

O dólar vinha de queda de 3,47% nas três sessões entre terça e quinta.

Depois de uma semana de descompressão de risco na cena política, após envio pelo governo ao Congresso do texto da reforma administrativa, o mercado analisou nesta sexta notícias sobre aparentes problemas de relacionamento entre integrantes do Congresso e do Executivo.

O presidente Jair Bolsonaro assinou despacho nesta sexta-feira que cancela urgência pedida previamente para a tramitação da reforma tributária enviada ao Congresso em julho, um dia após novas rusgas entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), virem a público.

O sentimento do mercado doméstico melhorou recentemente com a percepção de que o governo recuou de uma abordagem mais populista, mas alguns analistas ainda demonstram receio sobre os próximos passos.

"Ainda que o compromisso com o respeito ao teto (de gastos) tenha retornado aos discursos oficiais, consideramos que o tema ainda não está totalmente pacificado e seu desfecho permanece condicionado à velocidade de recuperação da economia, em especial do mercado de trabalho", disse a gestora Opportunity em carta mensal, avaliando que o maior risco à política fiscal seria a extensão do período de calamidade pública para 2021, o que, segundo a casa, abriria espaço para contornar regras de controle fiscal.

Ainda nesta sexta, investidores reagiram com cautela a afirmação do presidente Bolsonaro de que irá dar "canetadas", no contexto em que ele afirmou estar conversando com intermediários e com representantes de grandes redes de supermercados para tentar evitar uma alta maior nos produtos da cesta básica.

Completando a lista de afirmações do dia, chamou atenção comentário do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, de que o Banco Central está menos preocupado com a volatilidade cambial e de que a autoridade monetária não tem planos de tentar intervir e cancelar esses efeitos. "A gente um pouco perdeu a preocupação", afirmou o diretor.

O real é a mais volátil das principais divisas globais, superando rivais como lira turca, que sofre com queda nas reservas cambiais e inflação persistentemente alta. O intenso vaivém no preço do câmbio dificulta planejamento de fluxo de caixa das empresas e é visto como uma dificuldade a mais para projetos de investimentos, o que joga contra a recuperação da economia real.

A leve alta do dólar no Brasil nesta sexta ocorreu ainda em meio a mais dia negativo para mercados de risco, com Wall Street voltando a fechar em baixa por temores sobre lenta recuperação econômica.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters/O Antagonista

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário