Acordo Mercosul-UE parece que "começa a fazer água", diz Mourão
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira que a despeito do esforço realizado no ano passado, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia parece que "começa a fazer água".
Na avaliação do vice-presidente, o Mercosul passa por um momento "particularmente complicado", em especial diante da crise vivida pela Argentina, seja em relação à sua dívida seja por conta da crescente taxa de novas contaminações por coronavírus.
"O grande esforço que foi feito no ano passado da articulação desse acordo Mercosul-União Europeia parece que começa a fazer água", disse o vice-presidente em mesa redonda organizada pela Federação das Câmaras de Comércio Exterior, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio de Janeiro.
Os dois blocos assinaram em junho do ano passado um acordo preliminar de livre comércio, após duas décadas de negociações, pendente de aprovação pelos governos europeus e pelo Parlamento Europeu, o que tem se arrastado sem avanços significativos desde então.
Ao defender que haja uma equipe em condições de manter as negociações de forma permanente formada por membros do Mercosul e da UE, Mourão apontou o que considera ruídos na comunicação, citando notícias sobre "dúvidas" da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre o acordo, devido, principalmente, à política ambiental do Brasil.
Segundo o vice-presidente, a chanceler teria sido "cobrada" pela ativista sueca Greta Thunberg.
"Em relação à Alemanha... temos tido um relacionamento muito bom e estamos mantendo isso aí", afirmou.
Mercosul e UE começaram a negociar há 20 anos, com diversos governos envolvidos nas conversas, mas os esforços foram intensificados após a eleição do presidente dos EUA, Donald Trump, quando a UE suspendeu negociações com o governo norte-americano e se voltou para outros aliados comerciais globais.
No início deste mês, o diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, reconheceu que o momento político atual não é o mais favorável para o acordo comercial, mas recomendou que ambas as partes mantenham o senso de urgência e pensem no longo prazo para a oportunidade não ser perdida.
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Vladimir zacharias Indaiatuba - SP
MOURÃO PÔS O GALO PRA COZINHAR -- Dentro da sua sabedoria e conhecimento de grande estrategista militar que é, o nosso Vice Presidente planta sementes para a reflexão... Será que o Mercosul, onde somos sócios compulsórios da Argentina de Fernandes e Cristina, é o melhor fórum para defender os interesses de longo prazo do Brasil? Será confiável abrir nossa economia para uma Europa decadente, onde a opinião de uma "pirralha" é pretexto para blefes e ameaças? ... Como foi dito, esse acordo está sendo costurado há mais de vinte anos. Será que as verdades de vinte anos atrás permanecem válidas?
Há vinte anos atrás éramos uma economia fechada e atrasada que mendigava desesperadamente por moedas fortes. Há vinte anos atrás não havia a China potência, e as florescentes economias do sudeste asiático ávidas pelas commodities agrícolas e minerais, das quais nos tornamos campeões de produção e produtividade. Há vinte anos seria chamado de louco quem dissesse que seriamos detentores do poder de interferir na guerra econômica entre as duas grandes e únicas potências mundiais e que os alimentos se tornariam uma arma mais poderosa que o petróleo (que por sinal agora também temos)... Essa pandemia deixou claro um fato inexorável: "O multilateralismo está enterrado". O Brexit foi só um aperitivo do que está por vir. Os acordos pontuais e bilaterais entre governos ou empreendedores particulares prosperarão rapidamente. Um eventual acordo com o Reino Unido é possível e poderá ser interessante para ambas as partes. Será muita ingenuidade acreditar que irá evoluir satisfatoriamente um acordo que mistura interesses econômicos e políticos de França, Alemanha, Holanda, Portugal, Itália, Polônia, Hungria.......... Assim os brasileiros terão de pensar mil vezes antes de se aprofundar nesse tipo de acordo com uma região que com seus ares prepotentes se arvora superior. mas que de tempos em tempos só resolve suas divergências com guerras. "A lebre está levantada!"Parabens Sr. Vladimir ... é isto mesmo. Chega de submissão e extorsão. Os europeus não aceitam uma pequena sugestão no seu território, mas querem mandar no Brasil. Prá mim mandava colocar nos aeroportos e portos uma placa: "O Brasil é um pais soberano e não está a venda".
Isso mesmo, 100%, Vladimir.