Bolsonaro fala em defesa do teto de gastos após reunião com Maia, Alcolumbre e Guedes
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro ensaiou nesta quarta-feira um discurso alinhado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), em defesa da manutenção do teto de gastos e da responsabilidade fiscal, após reunião que reuniu os três, além de ministros em meio às incertezas da equipe econômica de tocar a agenda de reformas.
"Nós, em que pese o problema da pandemia, o Brasil está indo bem, a economia está reagindo e nós aqui --pelo menos, com essa reunião-- queremos direcionar as nossas forças para o bem comum daquilo que todos nós defendemos: queremos o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar do nosso povo", disse Bolsonaro, em entrevista após o encontro no Palácio da Alvorada.
"Nós respeitamos o teto dos gastos, queremos a responsabilidade fiscal e o Brasil tem como realmente ser um daqueles países que melhor reagirá à questão da crise", destacou.
Na véspera, o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu ter havido uma "debandada" de sua equipe econômica, com os pedidos de as demissão de Sallim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização). Os secretários deixaram os cargos insatisfeitos com o andamento das privatizações e da reforma administrativa.
O movimento ocorre diante de pressões de parlamentares e de integrantes do próprio governo de buscar uma flexibilização dos gastos públicos para realizar investimentos sem eventuais cortes na máquina federal.
Guedes chegou a dizer na terça-feira que uma tentativa de "furar" o teto de gastos para aumentar despesas públicas poderia aproximar o presidente da "zona de impeachment".
Nesta quarta, o dólar fechou em alta ante o real, afetado por incertezas sobre a capacidade de a equipe econômica tocar pautas reformistas. Guedes, que participou da reunião na Alvorada, não deu declarações à imprensa.
Sem falar em prazos, Bolsonaro afirmou que o encontro serviu para discutir pautas como privatizações e reformas, como a administrativa. Ele disse que há um compromisso de os presentes, mesmo sendo ano eleitoral, de buscar juntos "soluções, destravar a nossa economia e colocar o Brasil no local que ele sempre mereceu estar".
Bolsonaro citou a ausência "justificada" no encontro do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que está tratando de uma pneumonite alérgica, em uma indicação de que pretendia dar ares de pacto para a reunião desta quarta.
GATILHOS
Assim como na véspera em fala conjunta com Paulo Guedes, o presidente da Câmara disse que há "muito o que fazer" e reafirmou o compromisso em defesa do teto de gastos e alertou para a necessidade de votação da regulamentação dos seus gatilhos para dar condições de administrar o Orçamento da União.
Em um sutil tom de cobrança, Rodrigo Maia aproveitou sua declaração para afirmar que a Câmara está pronta para analisar a reforma administrativa, assim em que o governo enviá-la.
Por sua vez, o presidente do Senado afirmou que é preciso "nivelar" as agendas política e econômica. Ele defendeu a construção de um consenso na sociedade em torno da reforma administrativa e do pacto federativo. Destacou ainda que o alinhamento das agendas após a pandemia do novo coronavírus é "fundamental".
Entre outros participantes do encontro estavam o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que tem sido apontado nos bastidores como um dos que pressionam pela flexibilização do teto de gastos, e parlamentares, como o novo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Presidentes da Câmara e Senado alinham discurso com Executivo por responsabilidade fiscal e social
BRASÍLIA (Reuters) - Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afinaram o discurso e, em declarações ao lado do presidente Jair Bolsonaro, reafirmaram compromisso com equilíbrio fiscal, teto de gastos e responsabilidade social para a retomada após a crise do coronavírus.
Segundo Alcolumbre, a ideia é "nivelar" as agendas política e econômica. Ele defendeu a construção de um consenso na sociedade em torno da reforma administrativa e do pacto federativo.
Maia, por sua vez, defendeu responsabilidade e qualidade no gasto público, reafirmou a importância do teto de gastos e alertou para a necessidade da votação da regulamentação dos seus gatilhos. Aproveitou para afirmar que a Câmara estará pronta para analisar a reforma administrativa, no momento em que o governo enviá-la.
0 comentário
Minério de ferro tem sessão volátil conforme frenesi de estímulos da China desaparece
China está confiante na meta de crescimento, mercados aguardam mais medidas de estímulo
Índices da China saltam enquanto investidores aguardam mais medidas de estímulo
Índices de Wall Street caem com juros e Oriente Médio em foco
Ibovespa tem alta marginal sustentada por commodities
Taxas de juros futuros até 2029 têm leves altas em meio a avanço dos yields no exterior